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Eletrônica

Músculos artificiais mostrarão cores reais na próxima geração de telas e monitores

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/08/2006


Dois cientistas suíços desenvolveram uma nova tecnologia que poderá permitir a criação de telas e monitores sem limites de cores, gerando, pela primeira vez, imagens que poderão permitir uma visualização somente possível quando se olha para os objetos ao vivo e diretamente.

Nas telas tradicionais, sejam elas de tubos de raios catódicos, LCDs ou plasma, cada pixel é composto de três elementos emissores de luz, um vermelho, um verde e um azul. A mistura de cada uma dessas cores em diferentes intensidades é o que permite a visualização dos milhões de cores que as TV e monitores de computador atuais conseguem mostrar.

Como os pixels são muito pequenos, o olho humano não consegue distinguir os três elementos e, ao invés de ver as cores separadamente, vê cada pixel como uma cor independente. Isto permite que as telas reproduzam a maioria das cores visíveis - mas não todas. Por exemplo, nenhuma tela atual consegue mostrar os tons de azul que se vê no céu ou no mar.

Manuel Aschwanden e Andreas Stemmer, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, desenvolveram agora uma nova tecnologia que utiliza músculos artificiais microscópicos para ajustar os raios de luz, utilizando o fenômeno óptico da difração.

Em seu equipamento, a luz branca atinge uma "grade de difração", uma superfície contendo um padrão de ranhuras precisamente espaçadas. Essa grade, feita de uma espécie de borracha, é uma membrana de um milímetro de largura, que lembra uma microscópica cortina pregueada. Essa membrana é um músculo artificial, um polímero que se contrai quando recebe uma corrente elétrica.

A luz branca contém todo o espectro de cores, correspondente a todos os comprimentos de ondas da luz. Mas quando ela atinge a grade de difração, diferentes comprimentos de onda espalham-se em ângulos diferentes.

"É como quando você segura um CD sob a luz do sol, e começa a girá-lo," explica Aschwanden. Da mesma forma que as microscópicas trilhas na superfície do CD, as ranhuras no músculo artificial dividem a luz em um verdadeiro arco-íris.

Mas, ao invés de girar a superfície para obter diversas cores, os pesquisadores ajustam o ângulo da luz aplicando diferentes voltagens ao músculo artificial. À medida em que a membrana se contrai ou se expande, a luz incidente encontra diferentes espaçamentos no polímero, alterando sua reflexão. A cor desejada pode então ser isolada fazendo-a passar por um furo. Como o furo fica fixo, diferentes partes do espectro irão atingí-lo e passar por ele.

Para obter cores compostas, cada pixel deverá ter duas ou mais grades de difração. Desta forma, uma tela poderá produzir toda a gama de cores que o olho humano é capaz de enxergar.

Segundo os pesquisadores, a tecnologia poderá ser economicamente viável em cerca de oito anos. Isto porque, além dos músculos artificiais, o sistema precisa de uma fonte de luz branca verdadeira - e não uma composição de verde, vermelho e azul. Uma nova geração de LEDs brancos, recentemente desenvolvida, poderá cumprir bem este papel. Outro desafio é a redução da tensão que os músculos artificiais exigem para funcionar. Hoje eles operam a 300 volts, mas equipamentos domésticos devem se contentar com os 120 volts da rede elétrica.

Bibliografia:

Artigo: Polymeric, electrically tunable diffraction grating based on artificial muscles
Autores: Manuel Aschwanden, Andreas Stemmer
Revista: Optics Letters
Data: August 9, 2006
Vol.: Vol. 31, Issue 17, pp. 2610-2612
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