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Energia

Novo sistema inteligente de iluminação e aquecimento automatizado

Agência USP - 08/11/2002


Um sistema inteligente de iluminação e aquecimento automatizado e seqüenciado, que dispensa o uso de eletricidade, utilizando qualquer tipo de gás como combustível, conta com um elaborado sistema de segurança, pode ser aplicado em grande escala e não polui. Para viabilizar esta invenção em escala de produção, o empresário José Fernandes montou a empresa CBTAG, incubada atualmente no Centro Incubador de Empresas de Tecnologia (Cietec), na USP, e parte agora em busca de financiamento para a criação de um cabeça de série.

Segundo o empresário, o projeto tem ampla aplicação e viabilidade para escala industrial podendo usar desde gás natural até GLP ou biogás. Depois de patentear a invenção, Fernandes foi selecionado através de edital do Cietec e criou a empresa, contando com o apoio da USP, Ipen , IPT, MCT, SCTSP e Sebrae.

Consumindo cerca de 25 gramas de gás por hora, dependendo das condições, o sistema pode ser usado em diferentes segmentos como iluminação pública em regiões sem energia elétrica, aviários, iluminação rural, iluminação de emergência, estufas, outdoors e indústrias com disponibilidade de gás. "Estamos apresentando uma proposta para a Sabesp que prevê o aproveitamento do gás de esgoto para iluminação em parceria com o projeto Cenbio. O objetivo é que todas as empresas de saneamento utilizem este gás, já disponível, como fonte de energia para iluminação".

Segundo Fernandes, o sistema consiste num comando eletrônico inteligente em comunicação com as válvulas e eletrodos, fotocélula, temporizador, detetor de presença, controle de luminosidade e calor, uma bateria alimentada por placa solar, para acionar o sistema e lâmpadas semelhantes às de lampiões. "A luz pode ter potência de 40 a 150 W. A diferença em relação aos lampiões é que o sistema pode ser acionado automaticamente quando detecta necessidade de luz e cada painel de comando pode controlar uma grande quantidade de postes", explica Fernandes.

O sistema funciona com baixa pressão, o que oferece uma vasta margem de segurança, segundo o inventor, já que no caso de um vazamento o risco de explosão seria mínimo - a pequena quantidade de gás liberado garante sua dispersão no ar. A segurança também é reforçada por detectores de vazamentos e um dispositivo que fecha o gás na ausência de chama ou quando a temperatura desce abaixo de 90º C. Uma válvula solenóide libera o gás mediante sinal do sistema de segurança. Quando o gás é liberado, o sistema dispara o centelhamento automático, produzindo a luz e o calor. Outra vantagem do novo sistema, segundo o empresário, é que dispensa a criação de novas tubulações nos prédios, podendo ser acoplado com facilidade à infra-estrutura já existente, como no caso dos aviários.

O protótipo, atualmente ligado a dois postes diante do prédio do Cietec, na Cidade Universitária, tem poder para comandar até 200 postes. Segundo Fernandes, a ligação seqüencial de vários painéis de comando poderia iluminar até mesmo uma cidade inteira. "O potencial é imenso. Além de ser adaptável a múltiplas aplicações, o projeto tem infinitas perspectivas de aprimoramento de design. Agora estamos estudando junto ao Ipen o desenvolvimento de um novo modelo de lâmpada". Fernandes afirma que a idéia do invento surgiu em 2001, em função da demanda do país por sistemas alternativos de criação de energia. "Não chegamos a utilizar nem 10% da aplicação de gás disponível no mercado. Por isso tivemos a idéia de associar ao princípio do lampião, que tem 120 anos, um conceito inteligente que aproveitasse a disponibilidade crescente do gás e ao mesmo tempo promovesse a redução do consumo de energia elétrica, que tem tendência à escassez".

O economista Francisco Borges de Oliveira, que dá orientação comercial e apoio empresarial ao projeto, destaca as vantagens do sistema a gás como alternativa energética em relação às termelétricas. "As termelétricas poluem e chegam a ter 75% de perda na geração de energia, o que não acontece com o gás".

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