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Lentes gravitacionais de Einstein revelam novo planeta

Agência FAPESP - 27/01/2006

Lentes gravitacionais de Einstein revelam novo planeta

Lentes gravitacionais

A descoberta de um corpo pequeno e distante de seu sol, feita por um grupo de 73 cientistas de diversos países, ocorreu graças à observação do chamado fenômeno das lentes gravitacionais.

Os astrônomos em todo o mundo contabilizam mais de 150 planetas já descobertos. Desse total, apenas três foram identificados por meio do fenômeno das lentes gravitacionais. O último, anunciado nesta quinta-feira (26/1) pela revista Nature, tem duas características absolutamente inéditas.

Exoplaneta pequeno

O OGLE-2005-BLG-390Lb é pequeno para os padrões conhecidos de fora do Sistema Solar. Ele tem cinco vezes e meia a massa da Terra. A temperatura em sua superfície é estimada em 220º C negativos. Localizado a 28 mil anos-luz, na constelação de Sagitário, o planeta que acaba de ser descoberto está três vezes mais longe do sol de seu sistema do que a Terra do Sol.

A descoberta ganha importância principalmente por essa distância entre o planeta e sua estrela. Até hoje, o máximo que os astrônomos conseguiram foi identificar planetas em órbita a apenas 0,15 unidade astronômica (UA, a medida que separa a Terra do Sol) de distância do centro do sistema. O OGLE-2005-BLG-390Lb está a 2,5 UA da estrela central.

Como funcionam as lentes gravitacionais

A descoberta de um corpo pequeno e distante de seu sol, feita por um grupo de 73 cientistas de diversos países, ocorreu graças à observação do chamado fenômeno das lentes gravitacionais, que havia sido descrito por Albert Einstein na Teoria da Relatividade Geral.

Em linhas gerais, os astrônomos, com potentes telescópios, usam a luz de uma estrela - mais distante que o corpo celeste que se pretende observar - para fazer seus cálculos. Essa luminosidade é desviada pela gravidade do planeta em estudo e também de seu sol.

Como descreveu Einstein, a gravidade altera o espaço-tempo e, com isso, acaba funcionando como uma lente. Ao ser observada da Terra, a estrela mais distante do que o sistema em estudo é vista de forma duplicada. A alteração do brilho desse astro mais distante, provocada pela gravidade do planeta que está à frente dele, é que ajuda os pesquisadores em seus cálculos.

Depois de ratificar a importância do método para encontrar pequenos planetas espalhados além das fronteiras do Sistema Solar, os pesquisadores estão confiantes. Para eles, agora, essas lupas imaginárias serão cada vez mais úteis em novas descobertas espaciais.

Bibliografia:

Artigo: Astronomers use gravity lensing to spot homely planets
Autores: Mark Peplow
Revista: Nature
Data: Published online: 25 January 2006
DOI: 10.1038/news060123-5
Link: http://www.nature.com/news/2006/060123/full/060123-5.html
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