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Espaço

Guarda-sol espacial poderá proteger a Terra do aquecimento global

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/11/2006

Guarda-sol espacial poderá proteger a Terra do aquecimento global

Enquanto as discussões sobre o meio-ambiente e o aquecimento global não conseguem gerar um consenso entre os políticos, os cientistas continuam oferecendo alternativas. Nem sempre baratas, certamente, mas dignas de serem analisadas.

Agora foi a vez de Roger Angel, da Universidade do Arizona, Estados Unidos, mostrar suas idéias. Ele desenvolveu o projeto de uma frota de "guarda-sóis espaciais", pequenas espaçonaves translúcidas que navegariam autonomamente entre o Sol e a Terra, retendo uma parte dos raios solares e gerando uma pálida sombra sobre a Terra.

Segundo o cientista, seu projeto poderia ser utilizado como uma forma de reduzir a temperatura global em um momento de emergência, caso os esforços para redução na emissão de gases que causam o efeito estufa não surtam os efeitos esperados.

A constelação de trilhões de pequenas espaçonaves deverá ficar estacionada a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, alinhada com o Sol, na órbita conhecida como L-1, ou ponto de Lagrange. As naves em conjunto formariam uma nuvem cilíndrica com um diâmetro equivalente à metade do diâmetro da Terra e um comprimento 10 vezes maior.

Segundo os cálculos dos cientistas, a "nuvem espacial" desviaria da Terra cerca de 10% da energia do Sol, o que representaria uma redução uniforme de 2% na iluminação de todo o planeta, o suficiente para contrabalançar o aquecimento resultante de se dobrar a quantidade de dióxido de carbono atualmente em nossa atmosfera.

Idéia revivida

A idéia de se sombrear a Terra não é nova. Ela foi originalmente lançada por James Early, em 1989, mas consistindo em estruturas gigantescas, que teriam que ser fabricadas e lançadas da Lua. Já a idéia agora apresentada se baseia em minúsculas espaçonaves, que poderiam ser lançadas individualmente da Terra e atuariam em conjunto quando chegassem à órbita prevista.

As pequenas naves individuais seriam construídas de uma película perfurada transparente, cada uma medindo cerca de 60 centímetros de diâmetro e pesando cerca de um grama. Isso permitiria o lançamento conjunto de milhares delas. Mesmo assim, a massa total das pequenas naves seria gigantesca, cerca de 20 milhões de toneladas.

Custos

Ao custo atual de cerca de US$20.000,00 o quilo de carga útil lançada em órbita da Terra, o preço do projeto seria inviável. O cientista então propôs a utilização de lançadores eletromagnéticos, em substituição aos foguetes tradicionais. Segundo ele, os canhões magnéticos poderiam trazer o custo para apenas US$40,00 o quilo.

Mesmo assim, o projeto é gigantesco. O sombreador inteiro, utilizando 20 lançadores eletromagnéticos, levaria 10 anos para ser colocado em órbita, com lançamentos ininterruptos, feitos a cada 5 minutos. A eletricidade necessária para abastecer os lançadores deveria vir de uma hidroelétrica, já que a queima de petróleo de uma termelétrica poderia reduzir os benefícios do "El Sombrero".

"O conceito se baseia em tecnologias existentes," diz Angel. "Parece factível que ele poderia ser desenvolvido e lançado em cerca de 25 anos a um custo de uns poucos trilhões de dólares. Com cuidado, o sombreador solar poderá durar cerca de 50 anos. Desta forma, o custo é de cerca de US$100 bilhões por ano, ou cerca de dois décimos de por cento do produto interno bruto [dos Estados Unidos]."

Bibliografia:

Artigo: Feasibility of cooling the Earth with a cloud of small spacecraft near the inner Lagrange point
Autores: Roger Angel, David Miller, Nick Woolf
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
Data: November 3, 2006
DOI: 10.1073/pnas.0608163103
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