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Informática

Simulador de coleta de medula óssea

Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/08/2003

Simulador de coleta de medula óssea

Pesquisadora da USP cria um simulador de coleta de medula óssea, o primeiro sistema de realidade virtual para treinamento pediátrico do mundo. O software permitirá a estudantes de medicina, da área de pediatria, treinarem o procedimento de coleta de medula óssea de crianças.

Instalado num computador comum, o simulador mostra ao usuário um modelo virtual da bacia de uma criança. A utilização de óculos especiais possibilita a visualização em três dimensões. Além disso, o simulador oferece ao usuário a sensação de toque durante a manipulação do modelo. "Isso é possível porque o sistema é dotado de um dispositivo háptico", explica Liliane dos Santos Machado, que defendeu sua tese de doutorado A realidade virtual no modelamento e simulação de procedimentos invasivos em oncologia pediátrica: um estudo de caso transplante de medula óssea na USP. Liliane é professora da Universidade Federal da Paraíba.

O dispositivo háptico é um robô conectado ao computador que permite ao usuário sentir e tocar os objetos visualizados. "As propriedades da 'bacia virtual' foram calibradas por médicos do Departamento de Pediatria do ICr. O dispositivo é o objeto com o qual o usuário interage com o modelo e a força de resistência sentida durante essa interação é que proporciona a sensibilidade à textura e à elasticidade. É como se o usuário estivesse tocando a pele de uma criança de verdade", descreve Liliane.

O simulador apresenta o modelo virtual em três situações. Na primeira, mostra a região em três dimensões totalmente transparente; em seguida, com a operação do dispositivo háptico, pode-se tocar o modelo; na terceira etapa, é possível injetar a "agulha virtual" em busca da crista do osso ilíaco, local adequado para a retirada da medula óssea.

Com o sistema de realidade virtual, os estudantes não mais precisarão usar cobaias para treinar. "Atualmente, os estudantes usam porquinhos comprados em açougues para seus treinamentos", conta Liliane. Segundo ela, a textura da pele e dos ossos desses animais são muito diferentes da dos bebês. A pesquisadora estima que no Instituto da Criança seja feita por mês, em média, de uma a duas operações para retirada de medula. A substância é utilizada para o tratamento de vários tipos de doenças, como o câncer por exemplo.

Além de não mais utilizar os animais, o sistema de realidade virtual permitirá maior usabilidade e disponibilidade no treinamento. "O software é importante para o treinamento de procedimentos que exijam maior sensibilidade tátil e destreza do médico", assegura a pesquisadora. "O simulador abrirá caminhos para novas possibilidades de aplicação da realidade virtual em medicina, inclusive para outros procedimentos como biópsias e transplantes diversos."

Desenvolvido com apoio da FAPESP e da FINEP o sistema precisa agora de testes complementares para que seja colocado em uso. Segundo Liliane, a instalação do sistema é possível com um investimento de cerca de US$ 15 mil. "Basta que tenhamos um PC, com um mínimo de 256 de memória RAM, equipado com placa gráfica, óculos 3D e o dispositivo háptico", estima a pesquisadora.

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