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Informática

Máquinas inteligentes capazes de ter lembranças

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/08/2003

Máquinas inteligentes capazes de ter lembranças

Uma equipe de pesquisadores do Laboratório Sandia (Estados Unidos) está criando um novo tipo de ferramenta inteligente que poderá mudar a forma como as pessoas interagem com os computadores. O trabalho de cinco anos, coordenado pelo psicólogo Chris Forsythe, já resultou em máquinas que conseguem inferir com precisão a intenção do usuário, lembrar as experiências com cada usuário e mesmo permitir aos usuários apelarem para especialistas virtuais para que estes o ajudem a analisar situações e tomar decisões.

O objetivo inicial do projeto era criar um "homem sintético", um programa de computador que pudesse pensar tal qual uma pessoa. Mas há dois problemas significativos com softwares de modelagem, como os utilizados pelos pesquisadores.

Em primeiro lugar, o programa não consegue detectar como as pessoas realmente tomam decisões. Programas seguem processos lógicos, enquanto pessoas não necessariamente agem assim. Pessoas tomam decisões baseando-se, pelo menos em parte, em suas experiências e através da associação de conhecimentos. O segundo problema é que programas simuladores de conhecimento humano não levam em conta fatores orgânicos tais como as emoções, stress e cansaço, o que é vital para uma simulação realista.

Em um projeto anterior, Forsythe desenvolveu as linhas gerais para um programa de computador que considerava tanto o conhecimento quanto os fatores orgânicos. "Nós tínhamos os grandes computadores capazes de efetuar os inúmeros cálculos necessários, mas um programa que pudesse realisticamente modelar como as pessoas pensam e tomam decisões ainda estava por ser construído." explica ele.

Projetos subseqüentes desenvolveram metodologias que permitem que o conhecimento de um especialista possa ser capturado em modelos computadorizados, dando aos "homens sintéticos" uma memória de experiências ou memória episódica. Isto permite aos programas aplicar esse conhecimento para experiências específicas, resolvendo problemas de forma similar ao que o especialista faz de forma natural.

Durante o desenvolvimento, os pesquisadores precisaram de ajuda em questões de software e foram solicitar auxílio a colegas da área de robótica. Essa interação inicialmente despretensiosa alterou o rumo do projeto. Os especialistas em robótica vislumbraram a possibilidade de utilização do sistema em máquinas inteligentes. O enfoque da pesquisa então mudou, passando do "homem sintético" para máquinas de conhecimento.

O trabalho nas máquinas de conhecimento começou em 2.002, com a tentativa de desenvolver uma máquina que possa, em tempo real, inferir o processo cognitivo de um operador. Esta capacidade forneceria aos sistemas o potencial para ampliar a capacidade cognitiva de um operador através de algo que os cientistas chamam de "detecção de discrepância". Através da detecção de discrepância a máquina utiliza o modelo de aprendizado do operador para monitorar seu próprio estado e, quando há evidência de discrepância entre o estado real da máquina e as percepções ou o comportamento do operador, essa discrepância pode ser percebida e sinalizada.

"No longo prazo, esperamos que os benefícios desse esforço incluam a ampliação da produtividade humana e a incorporação desses modelos cognitivos em sistemas como robôs e veículos, para melhor interação homem-máquina," afirma John Wagner, um dos coordenadores do laboratório. "Nós esperamos ser capazes de modelar, simular e analisar homens e sociedades [...]"

Os pesquisadores acreditam que os resultados de seus trabalhos possam estar incorporados em computadores e equipamentos reais dentro de 10 anos.



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