Ei... você não é o meu usuário!

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/10/2003

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia Technion (Israel) desenvolveram um software capaz de identificar o usuário de um computador, com altíssima precisão, a partir do seu estilo de digitação. Esta tecnologia, uma espécie de métrica do comportamento de quem digita, poderá um dia ser parte de sistemas de segurança destinados a evitar que usuários não autorizados acessem computadores e dados sigilosos.

A tecnologia, desenvolvida pelos estudantes Ido Yariv e Mordechai Nisenson, sob a supervisão dos professores Ran El-Yaniv e Ron Meir, pode ser estendida para outras aplicações que envolvam uma interação suficientemente complexa entre humanos e máquinas.

"Este programa é baseado em um algoritmo universal de previsão," explica El-Yaniv. "Ele utiliza estatísticas recolhidas enquanto uma pessoa digita livremente, aprendendo os padrões específicos de comportamento que identificam precisamente o digitador." O que permite identificar precisamente uma pessoa pelo seu estilo de datilografar são os padrões de tempo entre os acionamento das diversas teclas.

Segundo os pesquisadores, a tarefa de datilografar é um evento extremamente complexo, composto por vários passos distintos e influenciado por fatores como a fluência no idioma, atributos mentais, coordenação motora e até pelo tamanho das mãos e dos dedos.

A maior inovação do programa é a capacidade de identificar o usuário autorizado à medida em que ele ou ela digita livremente, um flagrante contraste com as tecnologias existentes atualmente, que exigem que tanto o usuário autorizado quanto o intruso digitem a mesma frase em seqüência, algo impraticável ou, no mínimo, muito menos eficiente do que os esquemas de senha.

A precisão do sistema depende do tamanho do seu "treinamento", ou seja, do tempo no qual ele captura estatísticas do estilo de datilografia do usuário. Mas, mesmo após uma seção relativamente curta, consistindo na digitação de algumas poucas frases, o sistema já consegue identificar um potencial usuário não autorizado com 90 por cento de precisão. Em um teste, quando um virtual intruso digita a frase "O que você fez hoje?", o programa consegue detectar que aquele não é o seu usuário e trava a máquina.

O grupo agora vai aperfeiçoar ainda mais o programa, inserindo alterações sutis no comportamento do usuário autorizado, como os causados, por exemplo, por um dedo machucado.