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Informática

Projeto quer dar senso comum aos computadores

Eric Mankin - University of Southern California - 09/08/2005

Projeto quer dar senso comum aos computadores

As pessoas estão ajudando os computadores a se tornaram "pensadores" independentes por meio de uma mostra itinerante que dá às máquinas algo tipicamente humano: o senso comum.

A mostra, parte da feira Robôs e Nós, que acontece neste mês de Agosto no Centro de Ciências da Califórnia, Estados Unidos, foi criada por cientistas do Instituto de Ciência da Informação da Universidade do Sudeste da Califórnia.

A teoria por trás do projeto e da apresentação itinerante estabelece que um computador será capaz de pensar por si próprio se ele tiver as informações suficientes, organizadas da maneira correta. Para provar isto, os pesquisadores estão pedindo que visitantes de museus entrem porções de seu senso comum em um quiosque, ou através da Internet (veja link "Ajude-nos a construir uma mente", no quadro Para Navegar, abaixo).

Timothy Chklovski, pesquisador do Instituto, afirma que o enfoque permite ao computador aprender por meio da colocação de questões que são feitas para preencher sistematicamente as falhas em seu entendimento.

O sistema Learner2 - desenvolvido por Chklovski - interage com com as pessoas como "assistentes virtuais", ou ajudantes eletrônicos. A idéia é que o sistema um dia seja capaz de desempenhar tarefas como o agendamento de reuniões, o preenchimento de relatórios de viagem ou a compra de produtos online, atendendo a instruções orais ditadas por seus patrões humanos, afirma o cientista.

Yolanda Gil, outra pesquisadora do grupo, afirma que os cientistas no campo da inteligência artificial aprenderam, ao longo dos últimos 50 anos, que "qualquer sistema inteligente precisa ser capaz de aprender coisas novas o tempo todo.

"Você não pode prever antecipadamente todas as coisas que eles precisarão saber a fim de desempenhar uma tarefa, nem você pode contar com ... engenheiros ou programadores para descreverem todas as coisas que eles sabem acerca dos objetos que serão utilizados na aplicação," diz ela.

O problema é o chamado gargalo da "aquisição do conhecimento", que torna os sistemas inteligentes "frágeis", porque eles não podem entender nada que esteja minimamente além do conhecimento do qual eles partem, explica ela.

"Ter um sistema que aprenda [continuamente] novas coisas sobre o mundo - a partir de voluntários que tenham tempo suficiente ao seu dispor - é um enfoque promissor para lidar com essa fragilidade," diz ela.

Se um programa de computador receber como instrução o agendamento e execução de uma videoconferência, por exemplo, ele necessitará entender os passos básicos, de ligar uma câmera até testar um microfone. Se ele encontrar um problema - não há um projetor, por exemplo - ele deverá ser capaz de determinar um curso de ação alternativo, como localizar um.

Para ser capaz de pensar dessa forma, diz Chklovski, as máquinas precisarão adquirir senso comum. Os cientistas da computação podem compilar o que eles acreditam ser necessário e simplesmente inserir os dados, mas esse enfoque leva a resultados inesperados, porque é muito difícil antecipar onde estão os hiatos no conhecimento, acrescenta ele.

Chklovski e Gil acreditam que o melhor enfoque é ter um sistema informatizado que capture informações pedindo-as às pessoas.

Na feira Robôs e Nós, um usuário se inscreve, encorajado por um robô de olhos verdes, que tenta ajudar falando com o visitante. O robô apresenta uma palavra - polia, por exemplo - e pergunta como ela é usada.

As respostas levam o usuário a novas questões sobre outras ferramentas com usos similares, em um processo sem fim, que ajuda a levar a aquisição de conhecimento a novos territórios.

A informação adquirida é então testada, perguntando-se ao participante se ele concorda ou discorda de uma afirmação do tipo: "Eu descobri que uma polia é utilizar para elevar coisas." Esse passo checa as informações que o sistema adquiriu previamente e serve como um nível de segurança contra informações incorretas ou maliciosas, afirmam os pesquisadores.

Até o momento, mais de 2.500 pessoas participaram do Projeto Senso Comum, em museus ao redor do país [Estados Unidos] e através do site.

Enquanto isso, melhoramentos feitos no sistema Learner2 - que foi originariamente desenvolvido como tese de doutorado de Chklovski, no MIT - transformaram a interação, de algo cansativo, em uma tarefa que mantém os usuários entretidos por horas, diz ele.

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