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Ondas de choque poderão ser usadas na cicatrização óssea

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/05/2005

Ondas de choque poderão ser usadas na cicatrização óssea

Há mais de 20 anos os médicos utilizam, com sucesso, ondas de choque no tratamento de pedras nos rins, uma técnica muito menos traumática do que a cirurgia. Mas, observando os "efeitos colaterais" da técnica, eles descobriram um efeito benéfico que poderá resultar em um novo tratamento em outra área: a cicatrização de ossos.

Os médicos verificaram que pacientes submetidos a várias seções de litotripsia (quebra de pedras nos rins pela ação de ondas de choque) apresentam um crescimento ósseo na cabeça do ilíaco, o osso da bacia.

Primeiro eles acharam que as ondas de choque quebravam o osso, que depois se refazia naturalmente. Mas estudos mais recentes mostraram que mesmo baixos níveis de energia, insuficientes para causar danos ao osso, resultam no seu crescimento.

Agora cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade Ludwig-Maximilians, Alemanha, conseguiram mostrar que, ao nível celular, nosso nível mais baixo de organização biológica, há uma reação espontânea às ondas de choque.

Aplicando ondas de choque a fibroblastos (células de tecidos moles, como tendões, ligamentos e músculos) e oesteoblastos (células que formam os ossos), os cientistas verificaram um forte aumento no crescimento ósseo, idêntico em ambos os tipos de células.

É claro que as ondas de choque se comportam de forma diferente em áreas ósseas internas. No tratamento dos rins, por exemplo, as ondas migram através da pele e dos tecidos moles sem causar qualquer dano e sem perder intensidade, chegando com energia total às pedras calcificadas. Já os ossos são muito mais duros.

Os cientistas então fizeram testes em ossos de porcos e mediram a intensidade com que as ondas chegavam até o seu interior. Eles descobriram que, a 10 milímetros de profundidade no osso, as ondas ainda apresentam 50% de sua pressão. Isso é mais do que adequado para se viabilizar um tratamento.

A descoberta poderá revolucionar a ortopedia, em tratamentos como a recuperação de necrose na cabeça do fêmur, uma doença que causa fortíssimas dores nos pacientes e exige a substituição do fêmur por uma prótese. Mas qualquer problema de cicatrização óssea poderá se beneficiar da nova técnica.

Os cientistas Volkmar Jansson, Markus Maier e Michael Delius apresentarão sua descoberta na reunião conjunta das Sociedades Acústicas dos Estados Unidos e do Canadá, que deverá ocorrer a partir do próximo dia 16 de Maio.

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