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Nanotecnologia

Eletrônica e neurônios podem se falar por meio de nanotubos de carbono

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/11/2006

Eletrônica e neurônios podem se falar por meio de nanotubos de carbono

Interface bioeletrônica

Próteses e implantes biomédicos que possam agir como nervos artificiais, dispositivos para controle de dores muito fortes e até o movimento de músculos paralisados, são algumas das possibilidades futuras de uma nova tecnologia que procura criar uma interface entre a eletrônica e as células nervosas.

Várias equipes ao redor do mundo estão trabalhando com esse objetivo. Agora foi a vez da equipe do Dr. Nicholas Kotov, da Universidade de Michigan, Estados Unidos, apresentar seus mais recentes progressos. E são realmente progressos dignos de nota.

O Dr. Kotov e seus colegas utilizaram um enfoque diferente, utilizando nanotubos de carbono e uma película finíssima servindo como interface entre o circuito que libera a energia elétrica e as próprias células nervosas. A técnica mostrou-se extremamente eficaz no acionamento dos neurônios e, talvez até mais importante do que isso, atua sobre as células nervosas sem danificá-las - essa é uma dor de cabeça de vários outros cientistas, que vêem as células morrer depois de apenas alguns poucos testes.

Película condutora

Normalmente, nanotubos de carbono e células vivas não se dão nada bem (veja a reportagem Nanotubos de carbono biocompatíveis).

Mas os cientistas montaram seus nanotubos de carbono de parede única (SWNT: "single-walled nanotubes") na forma de uma película, que é eletricamente condutora mesmo tendo apenas alguns poucos nanômetros de espessura. A seguir, eles cultivaram precursores de células neuronais sobre esse filme. As células precursoras se diferenciaram adequadamente em neurônios completos, não "estranhando" o substrato formado por nanotubos.

Acionamento dos neurônios

Para acionar os neurônios, os cientistas aplicam uma corrente elétrica lateralmente ao filme de nanotubos de carbono. A voltagem que percorre os nanotubos é relativamente intensa, mas apenas uma pequena porção dela - na casa dos bilionésimos de Ampére - passa através da película e atinge os neurônios.

O efeito é uma espécie de amplificação reversa, no qual uma corrente infinitesimal é gerada a partir de uma corrente mais intensa. A pequena corrente elétrica estimula adequadamente os neurônios, sem danificá-los.

Promissor

Ainda falta muito até que essas películas possam se transformar em equipamentos médicos prontos para uso. Mas o enfoque adotado é um dos mais promissores até agora para se fazer uma interface funcional com as células nervosas. E o crescente interesse nos nanotubos de carbono garante que, na parte da eletrônica, virtualmente qualquer funcionalidade possa ser fornecida de forma totalmente controlável.

Bibliografia:

Artigo: Stimulation of Neural Cells by Lateral Currents in Conductive Layer-by-Layer Films of Single-Walled Carbon Nanotubes
Autores: M. K. Gheith, T. C. Pappas, A. V. Liopo, V. A. Sinani, B. S. Shim, M. Motamedi, J. P. Wicksted, Nicholas Kotov
Revista: Advanced Materials
Data: 14 Nov 2006
Vol.: Volume 18, Issue 22 - (p 2975-2979)
DOI: 10.1002/adma.200600878
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