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Meio ambiente

Aeroecologia: nova disciplina estabelece novas fronteiras para estudo do meio ambiente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/08/2008

Aeroecologia: nova disciplina estabelece novas fronteiras para o estudo do meio ambiente
A Aeroecologia pretende estudar todos os organismos que vivem entre a superfície do planeta e a fronteira com o espaço exterior.
[Imagem: Thomas H. Kunz]

O que determina o surgimento de uma nova disciplina ou de uma nova área de pesquisas científicas? Geralmente é um conjunto complexo de ações, refletidas em descobertas experimentais, elaboração de novas teorias e até mesmo em aplicações práticas.

Foi assim que aconteceu mais recentemente com a bioinformática, com a biomecânica e com a astrobiologia, apenas para ficar nas áreas interfaceadas pela biologia.

Aeroecologia

Agora o professor Thomas H. Kunz, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, afirma que já estão dadas as condições concretas para a criação da Aeroecologia - o estudo das espécies no interior da camada da atmosfera terrestre capaz de suportar a vida, a aerosfera.

Segundo Kunz, muito conhecido por suas pesquisas com morcegos, as condições para a criação da aeroecologia foram dadas por avanços nas ciências atmosféricas, geologia, geografia, ecologia, ciências da computação, biologia computacional e engenharia. A aeroecologia utiliza e integra parcelas dos domínios de cada uma dessas ciências.

Ação antropogênica sobre a aerosfera

Os seres vivos cuja sobrevivência depende mais diretamente da aerosfera incluem os artrópodes, pássaros e morcegos, que estão sujeitos a um número crescente de condições impostas pela ação do homem. Essa ação antropogênica inclui a poluição do ar, a iluminação noturna das cidades, as torres de rádio e e televisão, os edifícios muito altos, os aviões e até as turbinas eólicas.

Além disso, a alteração da paisagem pela urbanização, agricultura e outras atividades econômicas alteram de forma definitiva o habitat dos animais que ocupam a aerosfera. Essas alterações têm efeitos já bem conhecidos sobre a capacidade de navegação desses animais, suas fontes de alimento, seus locais de nidificação e até seus locais de pernoite.

"Em contraste com os organismos que dependem estritamente dos ambientes terrestres e aquáticos, os que usam rotineiramente a aerosfera são quase imediatamente influenciados pelas alterações nas condições atmosféricas (ventos, densidade do ar, chuvas, temperatura do ar)..." diz o professor.

Desafios para os cientistas da aeroecologia

Os ecologistas que estudam os animais que utilizam a aerosfera - os aeroecólogos - devem resolver três problemas principais em sua nascente disciplina:

  1. descobrir os melhores métodos para detectar a presença, a identidade taxonômica, a diversidade e a atividade de organismos que utilizam a aerosfera;
  2. identificar formas de integrar variáveis ambientais relevantes em diferentes escalas temporais e espaciais, e
  3. entender e interpretar de forma mais eficiente as respostas comportamentais, ecológicas e evolucionárias dos organismos no contexto de condições meteorológicas e padrões complexos tanto nos ambientes naturais quanto nos ambientes alterados pela ação antropogênica.
Bibliografia:

Artigo: Aeroecology: probing and modeling the aerosphere
Autores: Thomas H. Kunz, Sidney A. Gauthreaux, Jr, Nickolay I. Hristov, Jason W. Horn, Gareth Jones, Elisabeth K. V. Kalko, Ronald P. Larkin, Gary F. McCracken, Sharon M. Swartz, Robert B. Srygley, Robert Dudley, John K. Westbrook, Martin Wikelski
Revista: Integrative and Comparative Biology
Data: July 2008
Vol.: 48, Number 1 - Pp. 1-11
DOI: 10.1093/icb/icn037
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