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Aglomerado de estrelas tem aglomeração inesperada de Júpiteres quentes

Com informações do ESO - 26/06/2016

Aglomerado de estrelas tem aglomeração inesperada de Júpiteres quentes
Esta concepção artística mostra um planeta do tipo Júpiter quente em órbita próximo de uma das estrelas do aglomerado estelar Messier 67, situado na constelação do Caranguejo.
[Imagem: ESO/L. Calçada]

Fertilidade planetária

Uma equipe internacional de astrônomos descobriu que existem muito mais planetas do tipo "júpiter quente" do que o esperado em um aglomerado estelar chamado Messier 67.

Este resultado surpreendente foi obtido por uma equipe brasileira, chilena e europeia, liderada por Roberto Saglia (Instituto Max Planck) e Luca Pasquini, do ESO. Eles utilizaram o espectrógrafo HARPS no Observatório de La Silla, no Chile.

A explicação mais provável para essa grande "fertilidade planetária" é que o meio denso do aglomerado originaria interações mais frequentes entre os planetas e as estrelas próximas.

Júpiter quente

Um "júpiter quente" é um exoplaneta gigante com uma massa acima de um terço da massa de Júpiter. Esses planetas são "quentes" porque orbitam muito próximo da sua estrela progenitora, como indicado pelo seu período orbital (o seu ano) que dura menos de dez dias.

Eles são muito diferentes do nosso Júpiter, que tem um ano que dura cerca de 12 anos terrestres e é muito mais frio do que a Terra. O primeiro exoplaneta encontrado em torno de uma estrela semelhante ao Sol, a 51 Pesagi b, era um júpiter quente, o que chocou os astrônomos, que até então consideravam que outros sistemas planetários seriam parecidos com o Sistema Solar e por isso teriam os seus planetas mais massivos mais afastados da sua estrela progenitora.

Surpresas astronômicas

As observações mostraram que os exoplanetas do tipo de Júpiter, mas quentes, são mais comuns em torno das estrelas do aglomerado Messier 67 do que no caso de estrelas fora de aglomerados.

"Este é verdadeiramente um resultado surpreendente," diz Anna Brucalassi, que realizou a análise. "Os novos resultados significam que existem planetas do tipo de Júpiter quente em torno de cerca de 5% das estrelas estudadas do Messier 67 - muitos mais do que os encontrados em estudos comparáveis de estrelas que não se encontram em aglomerados, onde esta taxa é cerca de 1%."

Os astrônomos acreditam que é bastante improvável que estes gigantes exóticos tenham-se formado onde estão agora, uma vez que as condições do meio próximo da estrela progenitora não seriam inicialmente as adequadas para a formação de planetas do tipo de Júpiter.

É por isso que os astrônomos acreditam que estes planetas se formaram mais afastados, tal como provavelmente também aconteceu com Júpiter, e só depois se aproximaram da estrela progenitora.

Mas o Universo tem sido pródigo em surpreender os astrônomos. Por exemplo, a questão que se põe é então: o que é que fez com que estes planetas migrassem para perto da sua estrela?

"Até alguns anos atrás nunca tínhamos encontrado exoplanetas do tipo de Júpiter quente em aglomerados abertos. Em três anos o paradigma mudou da total ausência destes planetas para seu excesso!" disse Luca Pasquini.

Bibliografia:

Artigo: Search for giant planets in M67 III: excess of Hot Jupiters in dense open clusters
Autores: A. Brucalassi, L. Pasquini, R. Saglia, M. T. Ruiz, P. Bonifacio, I. Leao, B. L. Canto Martins, J. R. de Medeiros, L. R. Bedin, K. Biazzo, C. Melo, C. Lovis, S. Randich
Revista: Astronomy & Astrophysics
Link: https://arxiv.org/abs/1606.05247
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