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Aquanautas: ouvindo o passado e falando para o futuro

Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/07/2012

O que aquanautas têm a dizer sobre exploração de asteroides
Astronautas Dottie Metcalf-Lindenburger, da NASA (à esquerda) Timothy Peake, da ESA (à direita) instalando um sistema de exploração similar ao que seria levado para um asteroide.
[Imagem: NASA/ESA/Hervé Stevenin]

Astro e Aqua

Astronautas da ESA e da NASA viraram aquanautas durante 12 dias para tentar descobrir como os humanos poderão explorar os asteroides.

Mas ficou claro que os desafios não estão apenas no espaço. Nos bastidores, uma grande equipe de apoio precisou aprender como dar suporte a uma missão desse tipo.

A equipe não mediu esforços para tornar a experiência o mais realista possível.

Retardo nas comunicações

A missão, batizada de Nemo, simulou a visita a um asteroide a 15 milhões de quilômetros da Terra, quase 40 vezes mais longe do que a Lua.

A esta distância, uma mensagem da Terra leva cerca de 50 segundos para chegar à tripulação.

Mesmo que um astronauta responda imediatamente a uma mensagem do posto de controle terrestre, os operadores na Terra ainda terão que esperar pelo menos um minuto e 40 segundos para ouvir uma resposta à pergunta que acabaram de fazer.

Ou seja, quaisquer assuntos urgentes ou pedidos de interrupção no trabalho são impossíveis.

Esta foi a primeira operação complexa na qual astronautas e equipe de controle na Terra consideraram os atrasos temporais nas comunicações. Por isso, todos tiveram de aprender como estes intervalos temporais afetam as comunicações.

Ouvindo o passado e falando ao futuro

Hervé Stévenin, da ESA, tem anos de experiência comunicando-se com a tripulação da Estação Espacial Internacional, razão pela qual ele foi convidado para a missão Nemo:

"Na Estação, quando falamos com os astronautas a resposta é instantânea. Na Nemo tivemos que repensar completamente as comunicações - estávamos ouvindo o passado e a falando ao futuro, tudo ao mesmo tempo," conta ele.

Os controladores da missão rapidamente encontraram formas de trabalhar com o retardo das comunicações.

Inicialmente eles usaram cronômetros para ajudá-los a detectar o momento em que deveriam esperar pela resposta dos astronautas subaquáticos.

Isso logo se mostrou insuficiente, tornando-se óbvio que algumas mensagens de voz precisavam ser "anunciadas previamente".

"Enviamos mensagens importantes anunciando o destinatário e o assunto da mensagem," conta Hervé. "Por exemplo, 'Aquarius, MCC [Centro de Controle da Missão], Espaço para Terra Um, mensagem para Tim em 10 segundos."

A pausa dava tempo aos aquanautas para pararem o que estavam fazendo e prestarem atenção. Isto evitou mensagens de repetição que poderiam atrasar o trabalho em três minutos ou mais - bastava um "O quê?" de um aquanauta para que tudo atrasasse.

O que aquanautas têm a dizer sobre exploração de asteroides
Esta é a base Nemo, onde os astronautas viraram aquanautas por 10 dias. Ela fica a cerca de 20 metros de profundidade, na costa da Flórida (EUA).
[Imagem: ESA/H. Stevenin]

Chat espacial

Finalmente, foi testado um novo sistema de comunicação.

Muitas mensagens não urgentes foram enviadas através de um programa de chat, o que permitiu várias conversas ao mesmo tempo, semelhantes aos programas de chat da Internet. Os astronautas podiam ler mensagens e responder no seu próprio tempo.

"Nós descobrimos que o chat de texto é o sistema de comunicação mais adequado para as missões em asteroides, completado com mensagens de voz para manter o lado humano. Se uma mensagem de voz for complexa, enviar também a mesma mensagem por texto ajuda muito," explicou Hervé.

A missão Nemo foi uma das simulações subaquáticas mais complexas já realizadas.

Mais de 80 engenheiros, mergulhadores e outros técnicos trabalharam 14 horas por dia para apoiar os aquanautas da unidade móvel de controle.

Missões a asteroides

Recentemente a NASA simulou a exploração de um asteroide em condições completamente diferentes:

A sonda espacial Osiris-Rex deverá buscar uma amostra de um asteroide em 2016.

Mas já existem diversos planos para uma missão tripulada a um asteroide, incluindo a ideia da NASA de transformar um laboratório da Estação Espacial Internacional em nave de exploração.

Mais recentemente, uma empresa privada anunciou planos para fazer mineração em asteroides.

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