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Arquitetura inovadora para conjuntos habitacionais recebe apoio da FINEP

Com informações da Finep - 29/01/2013

Arquitetura inovadora para conjuntos habitacionais recebe apoio da FINEP
A ideia é incluir nos projetos conceitos arraigados nas comunidades alvo, como a construção de "puxadinhos" e o uso de vielas para locomoção.
[Imagem: Labhabts/UFRJ]

Habitações de interesse social

Pesquisadores estão propondo mudanças na forma de planejar e projetar habitações de interesse social (HIS), os famosos conjuntos habitacionais, voltados para a população de baixa renda.

A ideia é incluir nos projetos conceitos arraigados nas comunidades alvo, como a construção de "puxadinhos" e o uso de vielas para locomoção.

Tudo começou com uma chamada pública lançada pela FINEP em 2010 para formar uma rede de pesquisadores de universidades públicas para estudar novas políticas, métodos construtivos e tipos arquitetônicos para HIS.

As propostas deviam incorporar tecnologias sociais, visando à elaboração de novos parâmetros e conceitos para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Um dos grupos selecionados pertence ao Ippur - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ. A ele coube a tarefa de elaborar projetos de arquitetura alternativos ao modo tradicional de conceituar, projetar e construir as HIS.

Puxadinho oficial

O resultado foram 11 novos tipos de habitações com muitos diferenciais. Um deles é a flexibilidade para contemplar apartamentos de um a quatro quartos, com construções que permitem rearranjo dos leiautes e a expansão controlada das unidades - ou seja, o "puxadinho" foi integrado, mas de forma a não descaracterizar o projeto.

Outra novidade é a proposta de uso misto das edificações, juntando o lado residencial à prestação de serviços. Pensando nisso, foram criados pilotis nos prédios para agregar espaços de comércio e lazer às construções.

Circulações verticais e horizontais de uso público também foram contempladas, melhorando a mobilidade na área.

Plantação de casas

"A maior parte dos projetos é de habitações unifamiliares de dois quartos, cujas maiores críticas são a massificação das construções, resultando no que parece uma 'plantação de casas', com residências uma ao lado da outra, e o consequente mal aproveitamento da infraestrutura urbana," diz Verônica Natividade, arquiteta da equipe IPPUR/UFRJ.

Ela conta ainda que o modelo do MCMV (Minha Casa Minha Vida) impossibilita eventuais expansões e não considera a diversidade da composição das famílias que ocuparão o imóvel.

"Nessa pesquisa, procuramos responder a essas questões, dando às HIS um papel ampliado que vá além do fornecimento do abrigo. Sobre os aspectos arquitetônicos, partimos da hipótese de que as HIS pudessem ter um papel relevante na organização espacial do lugar onde fossem implantadas ou que atuassem como instrumento de reorganização espacial em assentamentos informais já consolidados," explica Verônica.

Fábrica comunitária

Para resolver as questões ligadas ao processo de construção em si, o projeto do propõe o uso de componentes pré-fabricados.

Além do ganho em agilidade, haveria uma aproximação entre o projetista, o construtor e o usuário, graças à flexibilização do programa arquitetônico, permitindo, inclusive, que o usuário participe da construção de sua moradia.

O projeto contempla a montagem de uma fábrica dos painéis de fachada dentro da própria comunidade. Assim, o morador poderia encomendar seus painéis se quisesse modificar o apartamento. Além da apropriação da concepção de sua moradia, a fábrica promoveria a transferência tecnológica e capacitação e mão-de-obra.

"Ao dar acesso a essas duas etapas do processo, a população passa a ser protagonista da produção das HIS, e não agente passivo diante de programas rígidos e, por vezes, distantes das reais necessidades e expectativas daqueles para quem as habitações são construídas", afirma Verônica.

Metodologia

A metodologia aplicada nessa pesquisa se originou da experiência do arquiteto Luiz Carlos Toledo, coordenador da equipe, na elaboração do Plano Diretor da Rocinha (favela do Rio de Janeiro), em 2006.

Para a elaboração do plano, Toledo fez uma verdadeira imersão na comunidade, onde treinou o olhar para entender profundamente o modo de vida dentro de uma favela, a despeito das imagens pré-concebidas e idealizadas que os arquitetos costumam ter sobre essas partes da cidade.

O plano contou com intensa participação popular, onde os habitantes opinavam e modificavam o projeto para se adequar às suas necessidades reais.

"Incorporamos em nosso projeto ideias levantadas e discutidas naquela ocasião, como o conceito de edificações sustentáveis com tetos verdes, captação da energia solar e das águas pluviais para reuso, bem como os processos construtivos baseados na utilização de componentes industrializados e pré-fabricados, de modo a reduzir o tempo de construção, evitar os desperdícios de esforços e materiais e garantir maior controle da qualidade das construções," conta Verônica.

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