Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/03/2009
Computadores, celulares e a maioria dos equipamentos eletrônicos baixam atualizações de programas regularmente, para corrigir erros e melhorar funcionalidades.
Software para eletrônica embarcada
O mesmo poderá brevemente acontecer com os automóveis, já repletos da chamada eletrônica embarcada. Todos esses equipamentos, inclusive o motor, são controlados por softwares que, como qualquer programa de computador, estão sujeitos a falhas e têm sempre a possibilidade de melhoramentos.
"Os carros levam muitos anos para serem projetados e rodam por mais de uma década. Nesse tempo a tecnologia pode mudar muito, mas atualmente não há uma forma eficiente de atualizar o software nesses veículos," explica o engenheiro Martin Sanfridson, coordenador do projeto.
Carro autoconfigurável
A pesquisa está sendo coordenada pelo consórcio europeu DySCAS - Dynamically Self-Configuring Automotive Systems: Sistemas Automotivos Dinamicamente Autoconfiguráveis. DySCAS será também o nome da nova plataforma que está sendo criada.
O projeto já está em estágio avançado, desenvolvido ao longo de mais de dois anos de pesquisas por um consórcio de universidades e institutos de pesquisas, empresas de softwares e, claro, fabricantes de automóveis.
A arquitetura DySCAS deverá se tornar um elemento essencial para o desenvolvimento de automóveis inteligentes, capazes não apenas de se reconfigurar e atualizar seus softwares de forma autônoma, como também comunicar-se com outros dispositivos eletrônicos, como celulares e equipamentos portáteis, e até mesmo com outros automóveis.
Sistema operacional de bordo
"A arquitetura DySCAS é a base para uma espécie de sistema operacional de bordo adaptável, mas de um tipo que será muito mais robusto do que o sistema operacional de um PC," diz Sanfridson.
A primeira versão do sistema operacional automobilístico será usada apenas para atualizar sistemas não-críticos, como equipamentos de navegação, comunicação e entretenimento. Contudo, à medida que ele for acompanhado em aplicações reais, saindo da versão 1.0, suas funções serão ampliadas para controlar também os componentes críticos e a configuração de funcionamento de todo o carro.
Tolerância a falhas
Os pesquisadores também exploraram a possibilidade de utilizar a arquitetura para melhorar a tolerância a falhas. Desta forma, uma central eletrônica de controle (ECU), mais conhecida pelos mecânicos como módulo eletrônico, que venha a apresentar falhas, poderá ser instantaneamente substituída por um módulo de reserva sem que o carro apresente qualquer problema de funcionamento.
Com o crescente número de componentes eletrônicos nos carros, controlando tudo, do alarme aos freios ABS, ter sistemas de backup e controle mais eficientes é a melhor forma de melhorar a confiabilidade. E, garantir a confiabilidade, particularmente quando uma falha possa afetar a segurança, talvez seja o maior desafio para as novas tecnologias automotivas.
Os parceiros do projeto já estão começando os primeiros testes com a plataforma DySCAS, o que leva a crer que brevemente os novos lançamentos comecem a incorporar funcionalidades do novo sistema operacional de bordo.