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Meio ambiente

Bactérias extraem cobre de placas de circuito impresso

Com informações da Agência USP - 21/10/2013

Bactérias extraem cobre de placas de circuito impresso
Já estão em desenvolvimento placas eletrônicas recicláveis, reaproveitadas apenas adicionando-se água quente.
[Imagem: NPL]

As placas de circuito impresso de computadores e outros aparelhos eletrônicos contêm metais valiosos como ouro, prata, platina e paládio, além do cobre.

No Brasil, não existem indústrias especializadas na recuperação desses metais. Por isso, anualmente, toneladas do chamado lixo eletrônico são vendidas para empresas estrangeiras que, por dominarem a tecnologia, apresentam lucros bastante elevados.

"Dados sobre a composição das placas de circuito estimam que, em uma tonelada de placas de circuito impresso, o ouro corresponde a cerca de 0,01%, ou seja, 100 gramas", explica Luciana Harue Yamane, da Escola Politécnica da USP.

Luciana explica que, tradicionalmente, os metais são extraídos utilizando-se processos químicos e pirometalúrgicos.

A pesquisadora então se dispôs a desenvolver um método diferente para a extração dos metais, utilizando processos físicos, químicos e biológicos.

Num primeiro momento, as placas foram homogeneizadas e reduzidas de tamanho com o uso de um moinho de martelos que triturou o material até deixá-lo com cerca de 2 milímetros de tamanho.

No próximo passo, um separador magnético separou ferro e níquel, restando apenas o material não-magnético (onde o cobre e os metais preciosos ficaram concentrados).

Adaptação bacteriana

Luciana explica que a extração do ouro e da prata pode ser feita por um processo chamado cianetação. Entretanto, não pode haver cobre na mistura pois, se houver, em vez de atacar o ouro, o cianeto ataca o cobre da mistura.

Foi aí que a bióloga decidiu utilizar uma via alternativa: a biolixiviação, que é o uso de bactérias para extrair o cobre.

"Foi necessário um processo de adaptação bacteriana, que desenvolvemos durante meses, para aumentar a eficiência e reduzir a mortalidade das bactérias a esse resíduo inicialmente tóxico a elas. É este processo que está sendo patenteado", explica.

Os resultados mostraram que a bactéria A. ferrooxidans-LR, após o processo de adaptação, foi capaz de solubilizar os metais, em especial o cobre, que foi 98% lixiviado, por meio de um processo ambientalmente correto, deixando assim o ouro mais concentrado para a etapa de cianetação.

Pela biolixiviação, o cobre sai da mistura da forma sólida para a forma solúvel (Cu+2). O que sobra é um pó, formado por polímeros e os metais preciosos. Pelo método da cianetação esses metais podem, então, ser extraídos.

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