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Informática

Bits plastificados aumentam capacidade de HDs em cinco vezes

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/11/2012

Bits plastificados aumentam capacidade de HDs em cinco vezes
O polímero forma os padrões exatos necessários para a deposição do material magnético do disco rígido - cada trilha tem até 20 nanômetros de altura.
[Imagem: Bates et al./Science]

Isolando os bits

Para colocar mais dados em um disco rígido é necessário diminuir o bit, a porção de material magnético responsável por guardar um 0 ou um 1.

O problema é que bits pequenos demais perdem a magnetização ou começam a influenciar-se mutuamente - nos dois casos o resultado é a perda do dado.

O químico Christopher Bates, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, encontrou uma solução para esse problema: "plastificar" os bits.

Se os grânulos magnéticos puderem ser isolados uns dos outros, impedindo o contato magnético entre eles, torna-se possível colocar muito mais bits por área sem risco de perda dos dados.

Bates descobriu uma forma de fazer isto usando um material chamado copolímeros de bloco.

E, melhor ainda, o processo funciona sozinho, por automontagem.

Automontagem

O segredo da técnica está na forma de deposição do polímero: nas condições adequadas, o material organiza-se sozinho, sem nenhuma intervenção externa, para formar pontos ou linhas.

Se a superfície onde o processo de automontagem se dará já tiver algumas saliências que funcionem como guias, o polímero forma os padrões exatos necessários para a deposição do material magnético do disco rígido.

"Eu esperava que pudéssemos fazer o processo em menos de 48 horas. Agora nós já estamos abaixo de 30 segundos. Eu nem mesmo sei como é possível que tudo aconteça tão rápido," comentou o professor Grant Wilson, coordenador do grupo.

Bits plastificados

O processo é tão simples e rápido que atraiu a atenção da HGST, uma das maiores fabricantes de discos rígidos do mundo - a HGST é resultado de uma junção da Hitachi com a Western Digital.

"Os padrões de pontos minúsculos podem se automontar em estruturas verticais ou perpendiculares em dimensões nunca vistas," comentou Thomas Albrecht, cientista da HGST.

"Isso facilita a gravação na superfície de um disco mestre para a nanoimpressão, o que é exatamente o que nós precisamos para fabricar mídias padronizadas para discos rígidos de maior capacidade," acrescentou.

A empresa e o grupo de pesquisa agora estão trabalhando em conjunto para adaptar os "bits plastificados" para o processo de fabricação em escala industrial.

HD com hélio

A HGST anunciou há poucos dias que lançará em 2013 um disco rígido selado em uma atmosfera de hélio.

O hélio tem uma densidade equivalente a apenas 15% da densidade do ar ambiente.

A densidade mais baixa significa menos força de arrasto sobre o disco, permitindo a redução da potência do motor que o faz girar.

Mais importante, a menor densidade permite que a cabeça de leitura fique mais próxima dos discos, o que traz dois benefícios: as trilhas magnéticas podem ser colocadas mais próximas umas das outras e mais discos podem ser colocados dentro do mesmo HD - até sete "pratos" por HD.

Bibliografia:

Artigo: Polarity-Switching Top Coats Enable Orientation of Sub-10-nm Block Copolymer Domains
Autores: Christopher M. Bates, Takehiro Seshimo, Michael J. Maher, William J. Durand, Julia D. Cushen, Leon M. Dean, Gregory Blachut, Christopher J. Ellison, C. Grant Willson
Revista: Science
Vol.: 338 no. 6108 pp. 775-779
DOI: 10.1126/science.1226046
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