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Brasil amplia participação no Observatório Gemini

Com informações do MCTI - 01/03/2013

Brasil amplia participação no Observatório Gemini
O Observatório Gemini incorpora tecnologias tais como o sistema de guiagem por laser, a óptica adaptativa e espectrógrafos multiobjetos.
[Imagem: Gemini Observatory/Aura]

Tempo no céu

A comunidade astronômica brasileira passou a ter mais tempo de atuação no Observatório Gemini.

Em quatro anos, a cota de participação do Brasil quase triplicou. O último acréscimo, de 5% para 6,53%, ocorreu a partir de janeiro deste ano, com a saída do Reino Unido do consórcio.

Isso representa aproximadamente duas a três noites a mais por semestre de tempo de ciência nos dois telescópios.

O Gemini Norte, localizado no Havaí, e o Gemini Sul, no Chile, são considerados telescópios de última geração e estão entre os maiores do mundo. Idênticos e com um espelho principal de 8 metros de diâmetro, permitem, juntos, a observação do céu inteiro.

Os instrumentos do Gemini permitem aos usuários desenvolver pesquisas astronômicas de ponta. Por meio da incorporação de tecnologias - tais como o sistema de guiagem por laser, a óptica adaptativa e espectrógrafos multiobjetos - os astrônomos têm acesso a ferramentas de última geração para explorar o universo.

Consórcio Gemini

A estrutura é operada atualmente por um consórcio de seis países: Estados Unidos, Canadá, Chile, Austrália, Brasil e Argentina. Qualquer astrônomo desses países membros pode submeter projetos para locação de tempo de uso no Gemini, que é partilhado entre os membros de acordo com o apoio financeiro provido por cada país.

Por participar com 2,5% do orçamento para operações, o Brasil teve direito, inicialmente, a 2,31% do tempo de telescópio. Em 2009, o Reino Unido ofereceu a venda de parte do seu tempo para os demais parceiros e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) viu a possibilidade de oferecer mais tempo desses telescópios para a comunidade científica brasileira. Com a compra das 70 horas por semestre do Reino Unido, a cota aumentou para 5%.

"Com a saída definitiva do Reino Unido do consórcio, em 2012, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação [MCTI] autorizou o Brasil a manter o tempo comprado anteriormente do Reino Unido e o tempo restante foi redistribuído sem custos adicionais, o que aumentou a participação brasileira para 6,53%", explica o diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Bruno Castilho.

Laboratório Nacional de Astrofísica

O LNA (Laboratório Nacional de Astrofísica), unidade de pesquisa do ministério, é o escritório brasileiro do Gemini. O instituto gerencia o tempo destinado ao Brasil, funcionando como elo entre o astrônomo e os telescópios.

A instituição mantém uma equipe de pesquisadores para auxiliar os colegas brasileiros que submetem propostas de alocação de tempo no observatório internacional, especialmente com a revisão do detalhamento dos projetos observacionais.

A instituição também oferece treinamento e suporte a novos observadores e mantém a comunidade astronômica brasileira informada sobre as possibilidades e novidades do observatório. "Nossa função é fazer com que essa importante ferramenta para a astronomia nacional seja utilizada da melhor forma possível", ressalta Castilho.

Na avaliação do diretor do laboratório, antes da ampliação, apesar de a utilização sempre ter sido boa e produtiva, os projetos acabavam sendo limitados pelo tempo disponível. Para ele, o maior tempo destinado à comunidade científica brasileira é fundamental para o desenvolvimento da ciência de alto padrão e para a criação, no país, de meios para realizar observação astronômica compatível com a dos países mais avançados.

"Os telescópios são tanto uma ferramenta de ciência de ponta quanto de aprendizado", justifica. "A partir dessa plataforma, os astrônomos brasileiros podem trabalhar em pé de igualdade com os países desenvolvidos, e, com a competência demonstrada, já foram abertas novas possibilidades de colaboração."

Produção científica

Segundo Bruno Castilho, a participação brasileira no Observatório Gemini tem sido muito bem-sucedida, tanto no que se refere à quantidade (número de publicações) quanto à qualidade (número de citações) da produção científica dos astrônomos com base em dados obtidos nos telescópios do Gemini.

Desde 2001, os pesquisadores do país publicaram 109 artigos científicos e 25 teses a partir do trabalho realizado no Gemini.

A ampliação também atende a uma demanda crescente. Um dos métodos de avaliar o interesse por um determinado equipamento é o fator de pressão, ou seja, o número de horas de observação que é solicitado em função do número de horas disponíveis. Esse valor para o Gemini é historicamente próximo de dois.

"Quando o tempo brasileiro praticamente dobrou, esperávamos que esse índice diminuísse um pouco, mas não foi o que aconteceu", conta Castilho. "O número de pedidos e sua duração mantiveram o índice na mesma faixa, mostrando que há ainda uma demanda reprimida por tempo nesses telescópios."

A expectativa do Brasil é de ter um papel ainda mais relevante no consórcio. Essa possibilidade surgiu novamente com o recente anúncio da Austrália, um dos parceiros, da sua possível saída do grupo. "O LNA, por meio de um grupo de trabalho com representantes de vários institutos e universidades, está levando essa questão à comunidade astronômica e ao MCTI para discutir se podemos e devemos ampliar nossa participação e obter resultados ainda melhores para a ciência brasileira", comenta o diretor.

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