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Brasileiros realizam travessia inédita pelo interior da Antártica

Com informações do MCTI - 05/01/2015


Um grupo de quatro pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está prestes a iniciar uma jornada de 1,4 mil quilômetros pelo interior da Antártica, a bordo de caminhonetes adaptadas à neve, com três eixos e tração nas seis rodas.

A jornada, que começará na geleira Union e deverá durar pelo menos três semanas, será a primeira travessia científica brasileira na parte central do continente gelado, durante a qual o grupo planeja coletar amostras de neve e gelo.

"Esta missão requer uma preparação logística que demonstra o amadurecimento do Programa Antártico Brasileiro [Proantar]", avalia glaciologista Jefferson Simões, líder da equipe.

O objetivo é gerar dados para avaliar impactos da ação humana sobre a atmosfera nos últimos 50 anos, como a presença de substâncias poluentes na superfície do continente, além de mapear e preparar o local para a instalação do módulo científico Criosfera 2, estrutura similar ao Laboratório Autônomo Criosfera 1, primeira plataforma de pesquisas do Brasil no centro da Antártica.

Simões explica que uma das frentes da pesquisa buscará conferir se há certos tipos de fuligem depositados no interior do continente.

"Existe algum transporte de subprodutos de queimadas de florestas, como o carbono negro, entre a América do Sul e a Antártica? Nós não sabemos", diz o pesquisador.

Criosfera 2

A expedição passará pelo Criosfera 1, posto latino-americano mais próximo do Polo Sul geográfico, instalado em 2011.

De acordo com o glaciologista, neste momento, cinco pesquisadores coletam material e realizam a manutenção técnica do módulo - estrutura que, no restante do ano, opera automatizada e envia dados por satélite ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, sem acompanhamento humano e movida a energia eólica e solar.

No inverno, os termômetros já registraram 65 graus Celsius (ºC) negativos.

Prevista para o virada de 2015 a 2016, a montagem do Criosfera 2 deve ocorrer em um raio de cerca de 20 quilômetros, dentro de um trecho a ser reconhecido durante a travessia, a 2,2 mil metros de altitude.

Conforme esclarece Simões, o ponto escolhido deve coincidir com o topo da bacia de drenagem de gelo que se divide entre os mares de Amundsen, a sudeste do Pacífico, e de Weddell, mais próximo ao Atlântico.

"A região, portanto, pega os finais das duas áreas continentais", destaca. "Nós temos interesse por esse local porque provavelmente é muito sensível a pequenas variações climáticas que ocorrem nos dois oceanos, mas não sabemos ao certo."

Embora o módulo Criosfera 1 tenha registrado a menor temperatura (-65ºC) até o momento, Simões acredita que o Criosfera 2 vá conviver com condições climáticas ainda mais severas, pela altitude de 2,2 mil metros, ante os 900 metros do primeiro módulo.

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