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O perfume de um cometa... não é nada bom

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/10/2014

O perfume de um cometa... não é nada bom
O instrumento "cheirador de cometa" Rosina mostra que uma cauda de cometa não cheira muito bem.
[Imagem: University of Bern]

Pum de cometa

No próximo dia 12 de Novembro, o robô espacial Philae vai fazer história pousando sobre o cometa 67P "Chury".

Mas você já imaginou que cheiro sentiria se pudesse estar lá?

Não se sinta muito atraído, porque os dados dos instrumentos científicos da sonda Rosetta mostram que o odor é bastante forte, com cheiro de ovos podres (sulfeto de hidrogênio), de estrume de cavalo (amoníaco) e o sufocante odor de formaldeído.

De potencialmente agradável, apenas um suave aroma de amêndoa do cianeto de hidrogênio e um adocicado do sulfeto de carbono, mas que seriam difíceis de perceber porque o metanol adiciona um cheiro de álcool, além do cheiro de vinagre do dióxido de enxofre.

Todas essas moléculas foram detectadas pelo instrumento ROSINA (Rosetta Orbiter Sensor for Ion and Neutral Analysis), que está "cheirando" a poeira emitida pelo cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko por meio de dois espectrômetros de massa.

Química primordial

A química detectada na coma do cometa é surpreendentemente rica a uma distância de mais de 400 milhões de quilômetros do Sol - a atividade e a emissão de poeira e gases aumenta conforme o cometa se aproxima do Sol, criando a característica cauda.

Contudo, a concentração destas moléculas é muito baixa neste estágio, com a parte principal do coma sendo constituída por moléculas de água, dióxido de carbono e monóxido de carbono - talvez o cheiro nem chegasse a lhe incomodar tanto.

"Isto tudo forma uma mistura cientificamente enormemente interessante para estudar a origem do material do nosso sistema solar, a formação da nossa Terra e a origem da vida"," disse Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna, na Suíça, responsável pelo ROSINA.

A análise quantitativa das moléculas emitidas para o espaço vai mostrar como o cometa Chury se diferencia de outros. Esta comparação revelará se um cometa do cinturão de Kuiper, que se acredita ser a origem do Chury, difere dos mais conhecidos cometas vindos da nuvem de Oort, o que poderá lançar alguma luz sobre como seria a nebulosa solar a partir da qual nosso sistema se formou.

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