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IPT põe mais ciência nos sorteios de loteria

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/07/2011


Software para sorteios

Os órgãos públicos e instituições privadas que precisam fazer a gestão de sorteios com mais de 300 contemplados podem adotar soluções informatizadas para proporcionar confiabilidade e agilidade a esses processos.

Isso evita o transtorno do recurso tradicional de globo e bolinhas numeradas, que são exaustivos de serem realizados e com dificuldade operacional para sorteios em grande escala.

Foi pensando nesses casos que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, desenvolveu uma metodologia para a realização de sorteios eletrônicos que inclui a definição dos processos e um software com um algoritmo especial para distribuição aleatória de números.

O sistema já foi adotado com sucesso pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, nos sorteios de prêmios da Nota Fiscal Paulista, e pelo Estado de Mato Grosso, no sorteio de casas populares.

"O sorteio no Mato Grosso foi resolvido em 40 minutos em praça pública", afirma Alessandro Santiago, pesquisador do IPT, explicando que o tempo que o computador levou para distribuir os números foi de apenas cinco segundos.

Santiago estima que, pelo modelo antigo, seriam necessárias seis horas, em média, para o sorteio de cada grupo de 300 casas. No caso da Nota Fiscal Paulista, o computador sorteia 1,5 milhão de prêmios em apenas seis segundos, diz o pesquisador.

Semente de 16 dígitos

O sistema criado no IPT conta com algoritmos de diferentes qualidades para gerar os números.

Não há a possibilidade de resultados viciados porque o sistema trabalha com uma chave com 16 dígitos, chamada de "semente", que é inserida no software antes da distribuição aleatória dos dados. Essa chave garante a segurança do sistema, impedindo a previsibilidade de resultados, em diferentes processos.

Segundo o pesquisador Antonio Carlos Oliveira Amorim, o software tem capacidade para distribuir até 8 milhões de contemplados em um universo máximo de 100 milhões de inscritos.

"Nesse caso, o computador levaria dois minutos para rodar esse sorteio", afirma.

Amorim também diz que essa capacidade considera a plataforma de 32 bits e que ela pode ser ampliada com um computador de 64 bits. "Em medições feitas em laboratório, concluímos que esse sistema é pelo menos oito vezes mais eficiente do que sistemas com algoritmos comuns", afirma.

Interface do sorteio

Além disso, a interface do software deve ser apropriada ao cenário em que se aplica o sorteio. Esse caso é o foco do pesquisador Renato Curto, que trabalhou na interface.

Graças ao uso de técnicas de usabilidade e interfaces com o usuário, as 2 mil pessoas que estavam na Praça das Bandeiras, em Cuiabá, puderam ver o resultado dos sorteios das casas populares no telão de forma confortável.

Outro destaque do algoritmo é uniformidade na distribuição das informações, característica importante para que o software possa sempre atender aos requisitos do processo de sorteio. Não há privilégios entre os sorteados; o sistema analisa todo o universo de inscritos e distribui os resultados de forma balanceada entre os subgrupos.

O sistema criado pelo IPT utiliza base científica de chancela do National Institute of Standards and Technology (Nist), dos Estados Unidos, adotado em criptografia avançada, o mesmo utilizado pelo governo norte-americano em questões de segurança digital.

Os pesquisadores do IPT planejam agora expandir o uso da ferramenta entre prefeituras e governos estaduais que vão promover a distribuição de casas populares do programa "Minha Casa, Minha Vida" - para este ano o governo federal pretende entregar 500 mil habitações à população - e também oferecer o recurso à iniciativa privada.

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