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Contestada tese de que hidrelétricas nos trópicos emitam mais gases

Com informações da Agência Brasil - 26/07/2014


Estudo divulgado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), da Eletrobras, rebate a hipótese defendida por parte da comunidade científica de que usinas hidrelétricas instaladas em países tropicais emitem mais gases de efeito estufa que usinas térmicas a carvão com mesma capacidade.

O monitoramento de emissões de gases de efeito estufa em reservatórios de hidrelétricas, foi realizado entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2013 e chegou à conclusão de que, à exceção da Hidrelétrica de Balbina, em Rondônia, as demais emitem as mesmas quantidades de gases que as usinas construídas no clima temperado.

Além disso, o estudo revelou que o volume de emissões chega a ser centenas de vezes menor que em uma termelétrica a carvão.

De acordo com o monitoramento do Cepel, uma usina elétrica a carvão emite 930 gramas (g) de dióxido de carbono por quilowatt-hora produzido, valor que cai para 412 g nas térmicas a gás natural.

O resultado registrado em oito usinas hidrelétricas brasileiras, à exceção de Balbina, foi consideravelmente menor, com 0,5 g por quilowatt-hora na Hidrelétrica de Segredo, 2,2 g na Hidrelétrica de Funil e 3,3 g na Hidrelétrica de Itaipu. Na Usina Hidrelétrica de Xingó, foi constatado que o reservatório absorve 0,5 g de dióxido de carbono por quilowatt-hora produzido.

O resultado se equipara a usinas pesquisadas no Canadá e na Noruega, onde o clima é mais frio. Já as hidrelétricas de Três Marias (91g de dióxido de carbono por quilowatt-hora), Serra (69 g) e Tucuruí (48,7 g), ficaram um pouco acima dessa taxa, mas ainda abaixo da média de emissão das térmicas.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que a Hidrelétrica de Balbina, sempre utilizada como exemplo para criticar as usinas hidrelétricas em áreas tropicais, não seria construída nos dias de hoje como foi na década de 1970.

"Balbina é a típica usina com grande reservatório feita na Amazônia, que é uma grande planície. O que ocorre é que você fica com uma área do lago muito grande, e mais da metade com meio metro de água. Em meio metro de água quente proliferam-se algas e gases de efeito estufa. Por isso, Balbina emite mais que uma termelétrica de carvão", explicou.

Em Balbina, o volume emitido chega a 1.719 gramas de dióxido de carbono por quilowatt/hora.

Na avaliação de Zimmermann, o interesse por usinas hidrelétricas caiu no mundo desenvolvido porque esses países já aproveitaram seu potencial hídrico e, desde os anos 2000, teve início uma campanha internacional contra as hidrelétricas: "Mas, em países em desenvolvimento, como é o caso da América do Sul, que tem um potencial grande; da África e da Ásia, não tem por que parar de fazer hidrelétrica, e o Banco Mundial reconheceu isso".

A pesquisa contou com a colaboração da Eletronorte, Chesf, de Furnas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental e de diversas universidades federais. Mais de 100 especialistas participaram do estudo.

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