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Informática

Depois da Inteligência Artificial, vem aí a Inteligência Paralela

Com informações do IEEE - 09/01/2017


Inteligência do bem ou do mal

Hoje estamos publicando dois artigos com diferentes abordagens sobre a Inteligência Artificial: um otimista e entusiasmado, quase ufanista, e outro mais cauteloso, preocupado, quase pessimista. É comum que os apaixonados por tecnologia identifiquem-se quase naturalmente com o primeiro enfoque, mas é importante não perder de vista as responsabilidades e os novos desafios que todos os progressos trazem. O ideal é que a abordagem responsável não iniba os sonhos da visão apaixonada e que o ideal de um futuro mais promissor não se esqueça de que, para deixarem de ser meras fantasias, os sonhos precisam firmar resolutamente os pés no solo da realidade.


Depois da Inteligência Artificial, vem aí a Inteligência Paralela
Os pesquisadores defendem um quadro no qual os mundos físico, mental e artificial se fundem, com a inteligência sendo assumida pelos sistemas ciberfísicos - programas de computador que aprendem com o mundo físico.
[Imagem: Fei-Yue Wang et al. (2016)]

Inteligência Paralela

A inteligência artificial (IA) está aprendendo - com o mundo real. Nove meses atrás, um programa de IA venceu um dos melhores jogadores do mundo em um dos jogos mais antigos do mundo, o Go.

Esse foi o início de uma nova era, a era da nova tecnologia da informação: a Tecnologia Inteligente, defendem Fei-Yue Wang e uma equipe da Academia Chinesa de Ciências.

"Esta vitória surpreendeu muitos no campo da Inteligência Artificial e fora dele," escreveram eles em um editorial da revista Automatica Sinica, do renomado IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos). "Ela marcou o início de uma nova era em IA... a Inteligência Paralela."

Definida como a interação entre a "realidade real" e a realidade virtual, a Inteligência Paralela inverte a Inteligência Artificial tradicional.

Depois da Inteligência Artificial, vem aí a Inteligência Paralela
A proposta é que não haja mais fronteiras entre o virtual e o real.
[Imagem: Fei-Yue Wang et al. (2016)]

Profecia auto-realizável

Em vez de leis amplas e universais controlando pequenas quantidades de dados, na Inteligência Paralela leis focadas e complexas orientam quantidades gigantescas de dados - um salto de Newton para Merton, afirmam os pesquisadores chineses, referindo-se a Isaac Newton e a Robert King Merton (nascido Meyer Robert Schkolnick), este último autor da chamada "profecia auto-realizável", que descreve um processo no qual uma crença ou expectativa, seja ela correta ou incorreta, afeta o resultado de uma situação ou a forma como uma pessoa ou grupo irá se comportar.

O AlphaGo, o computador que rodou o jogo vitorioso contra o jogador de Go Lee Sedol, jogou mais de 30 milhões de partidas consigo mesmo - mais do que uma única pessoa que vivesse um século poderia jogar em toda a sua vida. E o programa de computador aprendeu um pouco mais a cada partida.

"[Sedol] não foi derrotado por um programa de computador, mas por todos os humanos que estão por trás do programa, combinados com a significativa informação ciberfísica dentro dele," escreveram os autores. "Isso também comprova a crença de muitos especialistas em Inteligência Artificial de que a inteligência deve emergir do processo de computação e interação."

Depois da Inteligência Artificial, vem aí a Inteligência Paralela
Neste modelo, todas as tecnologias convergem para leis "minúsculas", muito específicas, se juntando para explicar os megadados.
[Imagem: Fei-Yue Wang et al. (2016)]

Possibilidades em mutação

Uma entrada X e uma saída Y já não são tão simples como foram no passado. Há mais coisas afetando o espaço físico do que apenas o espaço cibernético. As máquinas também devem abrir caminho para o espaço social.

De acordo com a equipe, a IA está andando de lado em uma fase de inteligência híbrida, onde humanos, informações e máquinas são igualmente partes integrantes do processo do progresso. E ela precisa dar um passo à frente.

O problema está em aprender como modelar a IA em termos de possibilidades mutáveis. X nem sempre causa Y em sistemas tão complicados, onde a incerteza, a diversidade e a complexidade normalmente prevalecem. Para avançar, é necessário um novo quadro para modelar o próximo passo de Inteligência Paralela.

Depois da Inteligência Artificial, vem aí a Inteligência Paralela
A proposta é fechar o hiato entre os sistemas físicos e os artificiais.
[Imagem: Fei-Yue Wang et al. (2016)]

Artificial, Computacional e Paralelo

Wang e seus colegas propõem adotar o que eles chamam de Abordagem ACP, para gerar grandes volumes de dados a partir de poucos dados e, em seguida, reduzir os megadados para leis específicas, onde o software (sistemas Artificiais) aprenderiam com milhões de cenários (experimentos Computacionais) a tomar as melhores decisões ao interagir (execução em Paralelo) com sistemas físicos do mundo real.

O programa AlphaGo aprendeu, com 30 milhões de partidas, como tomar as melhores decisões quando confrontado com o ser físico de Sedol. E valeu a pena, indicando que este pode ser o caminho a seguir: colocar os sistemas computacionais para aprenderem velozmente usando dados gerados continuamente pelo mundo físico.

"A Inteligência Artificial não é mais 'artificial', escreveram Wang e seus colegas. "Em última análise, ela se torna a inteligência 'real', que pode ser incorporada em máquinas, artefatos e nas nossas sociedades."

Bibliografia:

Artigo: Steps toward Parallel Intelligence
Autores: Fei-Yue Wang, Xiao Wang, Lingxi Li, Li Li
Revista: Journal of Automatica Sinica
Vol.: 3, N. 4
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