Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/03/2012
Dinheiro público
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou que a meta do governo é ampliar o investimento do país na área para 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2015.
Para isso, a expectativa é dobrar a participação do setor privado.
Atualmente o investimento é liderado pelo setor público, 0,61%, enquanto as empresas investem 0,55%.
"As empresas precisam ser mais protagonistas e investir mais," afirmou o ministro em coletiva à imprensa para comentar o manifesto publicado por entidades representativas da indústria brasileira e da comunidade científica preocupadas com a redução de recursos para ciência e tecnologia.
Debate
No encontro, os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação, Aloizio Mercadante (que respondeu pela pasta até janeiro deste ano), saudaram o manifesto e sustentaram a importância do debate para estimular a inovação no país.
Ao explicar o corte de 23% no orçamento do ministério neste ano (de R$ 6,7 bilhões para R$ 5,2 bilhões), Raupp esclareceu que o montante não reflete a totalidade aplicada em C,T&I.
Ele citou, como exemplos não contabilizados, os recursos para crédito oferecidos às empresas por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência ligada ao MCTI, e os investimentos no programa Ciência sem Fronteiras, entre outros.
E vocês?
Segundo Raupp, a política pública de estímulo à inovação tem mecanismos para ajudar as empresas a serem protagonistas.
"A Finep executou R$ 4,7 bilhões no ano passado, beneficiando muitas empresas, e neste ano tem a previsão de investir R$ 6 bilhões. Isso tem que ser também contabilizado como esforço do governo para promover a inovação", disse.
Os ministros apontaram a realidade de outros países desenvolvidos, onde, diferentemente do Brasil, o setor privado é responsável por dois terços dos investimentos em ciência e tecnologia.
"Esse é um quadro que tem que mudar. Nós queremos que a inovação mude a sociedade e a competitividade das empresas, do setor produtivo. Isso é um esforço de toda a sociedade, não é só do governo", concluiu Raupp.
O ministro Mercadante ressaltou a inclusão da inovação na agenda empresarial e governamental.
Lembrou, como exemplos, da inclusão do termo "Inovação" no nome do Ministério da Ciência, Tecnologia teve e a incorporação de ciência, tecnologia e inovação ao Plano Plurianual (PPA) como prioridade estratégica nos programas de governo.