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Descoberta estrela com química estranha

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/10/2016

Descoberta estrela com química estranha
Esta concepção artística mostra as moléculas descobertas em um núcleo molecular quente na Grande Nuvem de Magalhães. Seus compostos químicos são significativamente diferentes dos encontrados em objetos semelhantes situados na nossa Galáxia.
[Imagem: FRIS/Tohoku University]

Química extragaláctica

Astrônomos japoneses descobriram uma massa densa e quente de moléculas complexas ao redor de uma estrela gigante recém-nascida.

Este "núcleo molecular quente", detectado em uma estrela fora da Via Láctea, apresenta uma composição molecular significativamente diferente daquela dos objetos semelhantes encontrados na nossa galáxia.

Isto indica que a química que ocorre no Universo pode ser mais diversa do que os cientistas calculavam.

As moléculas foram identificadas ao redor da estrela ST11 - seu nome completo é 2MASS J05264658-6848469 -, na nossa galáxia vizinha, a Grande Nuvem de Magalhães. Embora ela pareça ser uma única estrela, devido à distância é possível que a ST11 seja um sistema estelar múltiplo ou mesmo um aglomerado estelar compacto.

Química das estrelas

As observações, feitas com o radiotelescópio ALMA, mostram a radiação emitida por uma variedade de gases moleculares, com uma composição muito variada.

As assinaturas químicas mais proeminentes incluem moléculas familiares, como dióxido de enxofre, óxido nítrico e formaldeído - assim como a sempre presente poeira.

No entanto, o mais interessante é o que está faltando com base na química das estrelas que se conhece: Vários compostos orgânicos, incluindo o metanol (a molécula de álcool mais simples), aparecem com uma abundância muito baixa. Núcleos semelhantes observados na Via Láctea apresentam uma grande variedade de moléculas orgânicas complexas, incluindo metanol e etanol.

"As observações sugerem que as composições moleculares da matéria que forma as estrelas e os planetas são muito mais diversas do que esperávamos," disse o astrônomo Takashi Shimonishi.

Descoberta estrela com química estranha
A resolução inédita do telescópio ALMA permite identificar compostos mesma a distância muito grandes. Como exemplo, esta imagem mostra as emissões da poeira, do dióxido de enxofre (SO2), do óxido nítrico (NO) e do formaldeído (H2CO).
[Imagem: T. Shimonishi/Tohoku University/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)]

Núcleos moleculares quentes

O que os astrônomos definem como "núcleos moleculares quentes" formam-se cedo no ciclo de evolução das grandes estrelas e desempenham um papel crucial na formação dos compostos químicos complexos no espaço.

São nuvens que devem atender a três requisitos:

  1. ser relativamente pequenas, com um diâmetro menor que 0,3 ano-luz;
  2. ter uma densidade maior que um trilhão (1012) de moléculas por metro cúbico (muito mais baixa do que a atmosfera terrestre, mas suficientemente alta para o meio interestelar);
  3. ter uma temperatura relativamente elevada, superior a -173º Celsius, o que as torna pelo menos 80º Celsius mais quentes do que uma nuvem molecular normal, apesar da densidade semelhante.

Bibliografia:

Artigo: The Detection of a Hot Molecular Core in the Large Magellanic Cloud with ALMA
Autores: Takashi Shimonishi, Takashi Onaka, Akiko Kawamura, Yuri Aikawa
Revista: Astrophysical Journal
Vol.: 827, Number 1
DOI: http://dx.doi.org/10.3847/0004-637X/827/1/72
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