Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/09/2017
Adubação com inteligência
Pesquisadores russos desenvolveram o que eles chamam de "adubo inteligente".
O material é resultado da combinação de fertilizantes tradicionais com um polímero biodegradável, o que permite retardar o processo de decomposição e de liberação dos nutrientes no solo.
Como resultado o uso dos fertilizantes foi otimizado, com uma maior produção na lavoura, e foram reduzidas as pressões sobre o meio ambiente, uma vez que o excesso de fertilizantes tem-se transformado em uma das principais fontes de poluição na zona rural, sobretudo nas áreas de manancial.
Os materiais biodegradáveis decompõem-se sob a influência da microflora do solo da lavoura, gerando produtos inócuos. E, com a liberação gradual do princípio ativo no solo, as plantas aproveitaram melhor os nutrientes.
Fertilizante inteligente
Para criar o material de decaimento lento, a equipe partiu de um polímero biodegradável, chamado poli-3-hidroxibutirato, ao qual foram adicionadas farinha de madeira e nitrato de amônia. A massa resultante foi colocada sob pressão para formar pastilhas e utilizada nos experimentos em uma lavoura de trigo.
A equipe testou várias opções para aplicação do fertilizante e comparou o rendimento da pastilha com a aplicação dos componentes individualmente e com uma lavoura de referência, sem fertilizantes.
Os melhores resultados foram obtidos quando o fertilizante inteligente foi embalado em uma proteção dupla, com o núcleo da pastilha envolvido - além da farinha de madeira - por uma película adicional de polímero. Neste caso, devido à lenta decomposição do filme, o adubo foi fornecido ao solo com uma taxa relativamente estável ao longo de dois meses.
Agora a equipe planeja estender os testes para confirmar que o mesmo princípio pode ser usado em aplicações biomédicas, como a liberação controlada de medicamentos.
"Desenvolvemos e implementamos a tecnologia para a síntese de poliésteres biodegradáveis de origem microbiológica, [que se mostraram] eficazes como material para produtos para aplicações biomédicas, e também exploramos padrões de sua decomposição no solo e em outros ambientes," contou a professora Tatiana Volova, da Universidade Federal da Sibéria.