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Energia

Fusão Nuclear a frio, O Retorno: Cientistas encontram novas evidências

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/03/2009

Fusão Nuclear a frio, O Retorno: Cientistas encontram novas evidências
Um equipamento experimental de fusão a frio produziu estes padrões de trilhas triplas, que os cientistas acreditam ter sido feitas pelos nêutrons resultantes de uma reação de fusão nuclear.
[Imagem: Pam Boss, Space and Naval Warfare Systems Center (SPAWAR)]

Fusão nuclear "a quente"

Pesquisadores norte-americanos divulgaram resultados de uma pesquisa que oferece novas evidências para a existência das chamadas reações nucleares de baixa energia, mais conhecidas como fusão a frio.

A fusão nuclear é a fonte de energia das estrelas. Se domada na Terra, a tecnologia poderá representar uma fonte de energia virtualmente inesgotável e sem poluição. A energia seria gerada a partir do deutério, um isótopo de hidrogênio que pode ser extraído da água do mar.

Atualmente existem dois grandes projetos científicos em andamento tentando produzir a fusão nuclear "a quente" para a geração de eletricidade: o Iter e o Hiper (veja Megalaser tentará criar fusão nuclear para gerar eletricidade).

Fusão nuclear a frio

A fusão a frio, que seria muito mais barata e simples, veia à tona em 1989, quando Martin Fleishmann e Stanley Pons afirmaram ter verificado a fusão nuclear em um equipamento de mesa, chamado célula eletrolítica. Contudo, outros cientistas não conseguiram reproduzir o experimento e o interesse no assunto declinou rapidamente.

Mas não para Pamela Mosier-Boss e sua equipe. Utilizando o princípio da célula eletrolítica de Fleishmann e Pons ligeiramente modificado, os pesquisadores afirmam ter provas de que a fusão a frio realmente ocorreu.

"Nossa descoberta é muito significativa. Pelo que sabemos, este é o primeiro relato científico da produção de nêutrons de alta energia a partir de um equipamento de reação nuclear de baixa energia," diz Pamela.

Trilhas triplas de nêutrons

Os pesquisadores inseriram um eletrodo feito com uma liga de níquel e ouro em uma solução de cloreto de paládio misturada com "água pesada" - ou deutério - em um processo chamado codeposição.

Quando a célula recebe uma corrente elétrica, dá-se uma reação química que dura poucos segundos. Os cientistas então utilizaram um plástico especial, chamado CR-39, para rastrear e capturar quaisquer partículas de alta energia que pudessem ser emitidas durante a reação, incluindo quaisquer nêutrons emitidos durante a fusão dos átomos de deutério. Um átomo de deutério contém apenas um nêutron e um próton em seu núcleo.

No final do experimento, eles examinaram o plástico sob o microscópio e descobriram padrões de "trilhas triplas", minúsculos aglomerados de buracos adjacentes que parecem originar-se de um único ponto central.

Nêutrons emitidos por fusão

Os pesquisadores afirmam que as trilhas foram feitas por partículas subatômicas liberadas quando os nêutrons se chocaram contra o plástico e que esses nêutrons teriam se originado de reações de fusão nuclear, provavelmente combinando ou fundindo os núcleos de deutério.

"As pessoas sempre perguntaram 'Onde estão os nêutrons'?" diz Pamela. "Se você tiver uma fusão nuclear acontecendo, então você terá que ter nêutrons. Nós agora temos evidências de que há nêutrons presentes nas reações nucleares de baixa energia."

Instrumentos errados

Quando os primeiros experimentos de fusão a frio foram descartados pela comunidade científica, no início dos anos 1990, o principal argumento utilizado foi de que era extremamente difícil utilizar os instrumentos eletrônicos convencionais para detectar o pequeno número de nêutrons produzidos pela reação.

Pode ser que os nêutrons sempre estivessem lá e tudo o que faltava era uma melhor ideia de como detectá-los.

Agora os pesquisadores planejam efetuar novos estudos para descobrir exatamente como sua célula eletrolítica de fusão a frio funciona, um conhecimento que será essencial para eles possam controlar e equipamento e utilizá-lo para fins práticos.

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