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Meio ambiente

Geoengenharia deve ser vista com extrema cautela

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/08/2009

Geoengenharia deve ser vista com extrema cautela, dizem cientistas
O Mar de Aral praticamente desapareceu depois de uma das primeiras experiências de manipulação de ecossistemas feitas no mundo.
[Imagem: Wikimedia]

A geoengenharia - a manipulação deliberada de aspectos físicos, químicos ou biológicos do ecossistema global na tentativa de confrontar as mudanças climáticas - pode até apresentar alguns efeitos iniciais, mas também poderá criar novos riscos tão ou mais sérios do que os problemas que ela tenta enfrentar.

O alerta foi lançado pela Sociedade Meteorológica dos Estados Unidos (AMS), que apresentou um documento representativo da posição oficial da entidade para a adoção de políticas relacionadas ao enfrentamento dos problemas climáticos.

Geoengenharia ainda não tem bases científicas

A geoengenharia não é um substituto para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa e nem de nenhum outro esforço de adaptação às mudanças climáticas, embora possa ajudar a diminuir as concentrações de gases em determinados locais do planeta e reduzir impactos climáticos específicos - mas, mesmo nesses casos, ela poderá não estar fazendo mais do que mudando os problemas de lugar, dizem os cientistas.

O documento da AMS alerta que as pesquisas feitas até hoje não são suficientes para concluir se as diversas propostas de geoengenharia feitas até agora produzirão de fato benefícios significativos, ou se esses benefícios sequer superarão os danos causados.

Efeitos imprevisíveis

A Sociedade destaca que a geoengenharia deve ser vista com cuidado porque a manipulação do ecossistema da Terra tem um potencial considerável de geração de consequências adversas e de efeitos imprevisíveis.

As propostas de geoengenharia diferem enormemente em seu potencial para reduzir os impactos da ação humana sobre o clima, na possibilidade de criar novos riscos e até na redistribuição dos riscos entre as nações.

Os benefícios locais de algumas dessas propostas, por exemplo, podem na verdade não serem mais do que a passagem do problema para um outro país. No outro extremo, técnicas que removam o dióxido de carbono diretamente do ar poderão até gerar benefícios globais, mas à custa de impactos locais adversos.

Propostas mais ambiciosas, como usar refletores para evitar que a luz solar chegue à Terra, eventualmente poderão diminuir a temperatura média, mas também alterarão os padrões globais de circulação com consequências potenciais muito sérias, como alterar as rotas das tempestades naturais e mudar os padrões de chuva.

Restrições internacionais à geoengenharia

Mesmo que alguma proposta alcance a eficácia a que se propõe e possa alcançar algum benefício líquido, a geoengenharia não conseguirá aliviar todos os sérios impactos do aumento nas emissões dos gases estufa, dizem os cientistas.

O documento da AMS traz três recomendações específicas para lidar com as propostas da geoengenharia:

  • realização de melhores pesquisas sobre o potencial científico e tecnológico da geoengenharia para o sistema climático, incluindo pesquisas sobre as respostas ambientais desejadas e as não-intencionais;
  • um estudo coordenado das implicações históricas, éticas, legais e sociais da geoengenharia que integre questões internacionais, interdisciplinares e de longo prazo, incluindo lições aprendidas de tentativas anteriores de modificar o clima;
  • desenvolvimento e análise de políticas que promovam a transparência e a cooperação internacional na exploração de opções de geoengenharia, juntamente com restrições a esforços isolados de manipulação do sistema climático global.
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