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Informática

Equipamento transforma imagens em mapas sonoros tridimensionais

ICT Results - 28/07/2009

Imagens viram mapas sonoros tridimensionais para cegos
As imagens são captadas por filmadoras portáteis. Depois de analisadas, para calcular a distância de obstáculos e prever o movimento de carros e pessoas, um programa gera versões sonoras tridimensionais das imagens.
[Imagem: Casblip]

O conceito é aparentemente simples e dois protótipos já foram testados com sucesso: um feixe de laser de baixa potência e câmeras de vídeo digitais tornaram-se os novos olhos de pessoas cegas, mostrando-lhes os objetos e o movimento ao seu redor.

Mapas acústicos tridimensionais

Pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, desenvolveram novos algoritmos e um poderoso sistema de processamento de imagens em tempo real capaz de identificar objetos e obstáculos, como árvores, veículos e pessoas.

O sistema usa imagens estéreo para criar um "mapa de profundidade" que permite o cálculo de distâncias. O sistema também pode analisar os objetos em movimento e prever para onde eles estão indo.

O processamento das imagens de fato não é tão inovador, mas como apresentar essa informação visual para uma pessoa cega? Entra em cena a tecnologia desenvolvida na Universidade de Laguna, na Espanha, que possibilita a transformação de informações espaciais em mapas acústicos tridimensionais.

Uma pessoa cega portando fones de ouvido pode então detectar como o som se altera à medida que ela se move pelo ambiente. O sistema de áudio estereofônico torna possível posicionar os sons de tal forma que o cérebro possa interpretá-los como um ponto no espaço.

Sensor de posicionamento da cabeça

Os sons tornam-se mais claros conforme a pessoa se aproxima dos objetos e mais difuso conforme se afasta. Os objetos à direita são ouvidos pela orelha direta e, se a pessoa move a cabeça, o som se reposiciona automaticamente. E, se alguma coisa está vindo em sua direção, será ouvido um som que avisa da aproximação do objeto, com um tom que alerta para que se possa sair do caminho.

As duas tecnologias foram condensadas em um único equipamento portátil, que contém ainda um giroscópio, chamado de sensor de posicionamento da cabeça, que detecta os movimentos que o usuário do equipamento faz com a cabeça. O sensor alimenta o sistema com essa informação para que o som possa ser reposicionado nos fones de ouvido em tempo real.

O equipamento foi testado com sucesso por pessoas cegas em vários ambientes reais, incluindo ruas movimentadas.

Óculos com laser

O primeiro protótipo usa um sensor a laser desenvolvido originalmente pela Siemens para detectar passageiros dentro de um carro. Ele é capaz de detectar a distância de objetos entre 0 e 5 metros, em um campo de visão de 60 graus. O laser fica montado dentro dos óculos e não pode ser visto pelas pessoas ao redor porque usa luz infravermelha.

A segunda versão do equipamento recebeu duas câmeras de vídeo digitais, colocadas uma de cada lado de um capacete. Esta versão é capaz de detectar objetos em movimento e prever sua rota.

Câmeras nos óculos

"Ainda há um bocado de trabalho para fazer antes que o equipamento possa ir para o mercado, especialmente para provar que o sistema é 100% confiável," diz Guillermo Peris-Fajarnés, que coordenou o projeto multi-institucional. "Você não pode se arriscar a errar enquanto um usuário está atravessando a rua. Mas agora nós sabemos que a tecnologia funciona."

Os pesquisadores já estão procurando parceiros na indústria para começar a testar o equipamento de forma a torná-lo viável comercialmente. Uma das melhorias necessárias, segundo Peris-Fajarnés, é miniaturizar o aparelho, se possível incluindo as câmeras nos óculos.

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