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Energia

Invenção brasileira protege rede elétrica contra raios

Com informações do CDMF - 13/11/2015

Invenção brasileira protege rede elétrica contra raios
Varistor de dióxido de estanho não precisa ser substituído quando recebe a descarga de um raio.
[Imagem: Divulgação/CDMF]

Negociações

Pesquisadores brasileiros foram até a Alemanha em busca de parcerias para testar em campo um novo componente eletrônico que promete aumentar a vida útil e a segurança de para-raios e grandes linhas de transmissão de energia elétrica.

O professor José Arana Varela, do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), levou o invento brasileiro a uma reunião sobre materiais para transmissão de energia em Munique, na Alemanha, que reuniu inventores e empresários de 70 países.

Segundo o pesquisador, ainda são necessários testes experimentais para aplicar o novo equipamento na indústria. "Foi por isso que fomos atrás de parceiros nesta reunião com empresários em Munique, nós temos resultados acadêmicos sobre a eficácia do dióxido de estanho nos varistores, mas isso ainda precisa ser mais observado experimentalmente. Houve uma resposta muito positiva por parte desses empresários para a produção industrial do equipamento que desenvolvemos", apontou.

Varistor

O novo varistor é fruto de mais de 15 anos de pesquisas do grupo.

Varistores são componentes eletrônicos cuja resistência elétrica depende da tensão aplicada aos seus terminais.

Isto os torna ideais como proteção contra sobretensão e como limitadores de tensão em para-raios - são os varistores que dissipam a corrente elétrica dos raios, protegendo as linhas de transmissão de curtos-circuitos.

Os varistores normalmente são feitos a partir de um composto químico à base de óxido de zinco (ZnO). O problema é que eles são parecidos com fusíveis, precisando ser substituídos assim que cumprem sua função - caiu um raio, é necessário trocar o varistor.

Com a nova tecnologia desenvolvida pela equipe brasileira, o varistor é fabricado a partir de dióxido de estanho (SnO2). "A probabilidade do varistor de dióxido de estanho deteriorar é menor. A composição do estanho tem menos aditivos químicos e isso também ajuda o meio ambiente," comentou Varela.

Energia dos raios

Um raio pode alcançar 100 milhões de volts - 1 milhão de vezes a tensão disponível nas tomadas domésticas. A corrente pode chegar a 30 mil amperes, mais de mil vezes maior do que a corrente consumida por um chuveiro elétrico, por exemplo.

Assim como os raios podem causar danos aos aparelhos domésticos, quando atingem as grandes linhas de transmissão o prejuízo pode ser bem maior, além de deixar milhares de residências sem energia.

Por isso os pesquisadores brasileiros esperam que alguma empresa se interesse em produzir protótipos do varistor de dióxido de estanho e testá-lo em campo, oferecendo um elemento de proteção mais versátil e mais simples.

O Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), cerca de 70 milhões de raios atingem o país todos os anos - uma média de duas ou três descargas elétricas por segundo.

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