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Informática

Jogo educativo mistura diversão com ensino da cidadania

Ana Carolina Athanásio - Agência USP - 19/03/2010

Jogo educativo mistura diversão com ensino da cidadania
Jogo educativo simula situações de conflitos e propõe discussões em sala de aula sobre temas de impacto global como poluição, trabalho ilegal e corrupção.
[Imagem: Ag.USP]

Games nas universidades

Acaba de ser lançado no Brasil o jogo educativo Conflitos Globais - América Latina, uma plataforma educacional que já recebeu vários prêmios internacionais, como o Nordic Game Nominee" (2008, 2009), o IndieCade Finalist (2008, 2009) e o KEK Most Creative Product (2006).

Segundo Gilson Schwartz, professor da USp e responsável por trazer o jogo ao Brasil, o game é uma das primeiras experiências na universidade em relação a essa plataforma.

"Quase nada é falado e estudado na universidade em relação aos games. Atualmente, a indústria de jogos é muito maior que a [indústria] do cinema e é importante que o País tenha presença significativa nessa nova área", afirma Schwartz.

Plataforma digital

O jogo traz novas formas de abordar temas multidisciplinares de importância global e permite que professores e alunos interajam coletivamente com a plataforma virtual. Possibilita a integração de um jogo educativo às novas mídias, além de servir como suporte pedagógico para alunos e professores do Ensino Médio.

Temas atuais e de grande impacto global poderão ser ensinados a alunos a partir de uma plataforma digital, fazendo com que compreendam melhor alguns problemas da América Latina.

O game chegou ao Brasil por meio de uma parceria entre a Serious Game Interactive e a Iconomia Produções Culturais, liderada por Schwartz. Além disso, o jogo foi desenvolvido a partir de estudos realizados no grupo de pesquisa Cidade do Conhecimento da USP, que desenha e implementa iniciativas de emancipação digital e busca conectar a universidade a centros de pesquisa, empresas, instituições públicas e organizações da sociedade civil. O projeto, também liderado por Schwartz, é associado ao Núcleo de Política e Gestão Tecnológica (PGT) da USP.

Jogo sobre a Amazônia

Já foram desenvolvidos quatro títulos para a plataforma Conflitos Globais - América Latina, Palestina, Uganda e Afeganistão - mas, inicialmente, apenas o primeiro está disponível no País. A parceria entre as duas empresas não permanecerá apenas na tradução e distribuição dos games na América Latina, mas haverá produção conjunta entre as empresas e o grupo "Cidade do Conhecimento".

"Inicialmente trouxemos e traduzimos um dos games para o Brasil, mas estamos desenvolvendo com a Serious Game Interactive um jogo específico sobre a Amazônia. Além disso, com a criação e desenvolvimento de novas séries para o Conflitos Globais, queremos que o projeto envolva um número maior de professores, estudantes e pesquisadores da USP e de outras universidades e escolas de ensino médio do País", afirma.

Avatar educativo

O primeiro título da plataforma Conflitos Globais que chega ao País é a série América Latina, que conta com cinco histórias simulam situações de conflitos em locais importantes e estratégicos como a fronteira do México com os Estados Unidos e países como a Guatemala e a Bolívia.

A partir dessas histórias, o avatar do game - que é um jornalista investigativo - enfrenta desafios locais que possam ter impacto mundial, como a poluição, trabalho ilegal e corrupção.

Por meio do avatar proposto, os participantes atuam como jornalistas investigativos e produzem reportagens sobre os acontecimentos recentes nessas áreas de conflito.

O avatar precisa conseguir a maior quantidade de dados possível para resolver um caso de assassinato, por exemplo, dentro de um tempo pré-determinado. Segundo o pesquisador, "a partir desse trabalho de investigação proposto pelo game, é possível iniciar debate em sala de aula sobre temas importantes na América Latina e, com isso melhorar o desempenho escolar em múltiplas áreas, desde Geografia até Línguas Estrangeiras".

Imersão pedagógica

A plataforma Conflitos Globais inclui também apoio ao Suporte Pedagógico Imersivo e Experimental (SPIE), que acompanhará o pacote do game e ajudará os professores na criação de um ambiente colaborativo em sala de aula.

"As reportagens criadas pelos alunos, além de possibilitar a abordagem crítica do tema, podem ser publicadas em blogs e sites, o que facilitará a troca de experiências entre vários usuários da plataforma", explica Schwartz.

O game conta com apoio financeiro do governo, pois foi um dos selecionados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia no Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime), no ano de 2009. O pacote do game será vendido para escolas pelo preço inicial de R$5,00 por aluno. O jogo está disponível em oito idiomas, entre eles o português.

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