Maior fita de grafeno já produzida abre possibilidades práticas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/08/2023

O recorde foi possível graças ao desenvolvimento de uma técnica de síntese mais simples, com apenas três etapas.
[Imagem: Dubey et al. - 10.1016/j.chempr.2023.06.017]

Maior fita de grafeno já produzida

Se você já ouviu falar muito nos potenciais do grafeno e de outros materiais monoatômicos, mas ouviu falar pouco de suas aplicações práticas, talvez este recorde batido agora possa ilustrar as dificuldades.

Rajeev Dubey e colegas da Universidade do País Basco, na Espanha, bateram o recorde de produção de nanofitas de grafeno, que têm-se mostrado particularmente promissoras para aplicações práticas, permitindo, por exemplo, ir de isolante a supercondutor em um único movimento.

A nanofita apresentando 147 anéis linearmente ligados e um núcleo conjugado de 920 átomos - o recorde anterior era de 53 anéis.

Considerada "gigantesca" pela equipe, a nanofita de grafeno tem cerca de 36 nanômetros de comprimento.

Melhor que ponto quântico

A estrutura pode parecer pequena, mas a equipe observou em sua nanofita um fenômeno que a torna um competidor sério para os muito mais conhecidos pontos quânticos, que já estão até nas telas de TVs.

Além do tamanho, as nanofitas bateram recordes também em termos de fluorescência, com valores de absorção e emissão que superam os pontos quânticos de carbono, e competem frente a frente com os melhores pontos quânticos inorgânicos. Isso pode abrir as portas para aplicações em LEDs, píxeis para telas, energia fotovoltaica e muito mais.

Além disso, o comprimento da nanofita permitiu medições de condutividade e mobilidade das portadoras de carga usando espectroscopia terahertz, uma técnica que é ineficaz em estruturas menores. Valores de mobilidade de carga relativamente altos também apontam para novos usos das nanofitas de grafeno em eletrônica.

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