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Eletrônica

Memórias de próxima geração são feitas com casca de ovo

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/01/2017

Memórias de próxima geração são feitas com casca de ovo
Outra equipe chinesa já havia construído uma memória similar, conhecida como sinapse artificial, usando clara de ovo.
[Imagem: Xingli He et al. - 10.1021/acsami.5b10414]

ReRAM de casca de ovo

Pesquisadores chineses conseguiram construir um dos tipos mais avançados de memória para computador usando tão somente cascas de ovos.

O componente é uma ReRAM, uma memória de acesso aleatório resistiva, uma forte concorrente para a próxima geração de armazenamento de dados. As memórias ReRAM (ou RRAM) são mais rápidas, oferecem maior densidade de armazenamento e gastam menos energia do que as memórias flash ou as RAM dinâmicas.

Há poucos dias, outra equipe demonstrou que as ReRAM podem ser usadas também para processar dados, inaugurando um novo tipo de computação.

Nanopó

Guangdong Zhou, do Instituto de Tecnologia de Guizhou, comprou uma seleção aleatória de ovos em um mercado e moeu todas as cascas por três horas, para produzir um pó finíssimo, cujas partículas têm diâmetros em nanoescala.

O pó foi dissolvido em uma solução e posto sobre um substrato para formar a parte do eletrólito do chip de memória - a parte onde a corrente elétrica atravessa.

Ao fazer uma corrente elétrica circular pelo componente, a equipe constatou que ele funciona perfeitamente como uma memória ReRAM.

Memórias resistivas precisam ser feitas com materiais que se lembram da mudança na resistência elétrica quando uma tensão é aplicada a eles, o que permite gravar múltiplos estados, ou seja, mais do que os 0s e 1s binários.

Curiosidade promissora

O experimento é interessante, mas as memórias de pó de casca de ovo estão longe de poderem se candidatar a ir para um computador de verdade: elas começam a falhar depois de 100 ciclos de escrita e leitura - é difícil dizer se otimizações poderão levar esses ciclos para a casa dos bilhões, como seria necessário para uma utilização prática.

"Com relação às aplicações atuais, eu acredito que é mais uma curiosidade. Mas, como uma alternativa sustentável aos eletrólitos no futuro, as cascas de ovos podem ser promissoras," comentou o professor Kees de Groot, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, em entrevista à revista New Scientist - Groot não participa do grupo que criou a memória de casca de ovo.

Bibliografia:

Artigo: A larger nonvolatile bipolar resistive switching memory behaviour fabricated using eggshells
Autores: Guangdong Zhou, Bai Sun, Ankun Zhou, Bo Wu, Haishen Huang
Revista: Current Applied Physics
Vol.: 17, Issue 2, Pages 235-239
DOI: 10.1016/j.cap.2016.09.018
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