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Missão simulada a Marte completa um ano

Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/06/2011

Missão simulada a Marte completa um ano
O maior problema para a exploração espacial futura não é necessariamente a tecnologia, mas as pessoas e as interações entre a tripulação.
[Imagem: ESA]

Clausura

Os seis homens nas instalações da Mars500, perto de Moscou, completam hoje 365 dias em isolamento.

A tripulação escreveu nas suas últimas cartas para casa sobre os pontos altos da missão, a monotonia, o espírito de equipe e a determinação em continuar.

"Uau! Já passou um ano," começa Diego Urbina, um dos dois tripulantes da Mars500, da ESA, na sua última entrada do diário.

"Uma forma de ter uma ideia é pensar no que estava fazendo há exatamente um ano, e depois imaginar-se vivendo em uma caixa de metal, sem janelas, a partir de então," escreveu ele.

Na realidade, a tripulação não foi a lado nenhum nestes 12 meses, mas em teoria foram a Marte, exploraram a superfície do planeta vermelho e fazem agora a viagem de regresso.

Nave e viagem virtuais

A tripulação de seis homens - três russos, dois europeus e um chinês - passou da exposição de uma conferência de imprensa para os seus módulos de isolamento no dia 3 de Junho de 2010, iniciando a sua viagem virtual em direção ao Planeta Vermelho.

As instalações imitam com rigor cada aspecto de um voo interplanetário, na medida do possível, sem de fato viajarem no espaço.

A "nave" é composta por quatro cilindros selados, que estão interligados, num volume total de 550 metros cúbicos. Cada um tem a sua própria cabine e eles vivem e trabalham de uma forma muito semelhante à dos astronautas na Estação Espacial Internacional.

"O lado negro desta rotina é que todos os dias, durante o último ano, acordamos à mesma hora, para fazer os mesmos exames médicos com os mesmos equipamentos: sem fins-de-semana ou férias durante um ano!" escreve no seu diário Romain Charles, outro astronauta da ESA.

Rotina espacial

Depois do entusiasmo dos primeiros meses, a vida tornou-se numa rotina e a tripulação ficou na expectativa da chegada a Marte no final de Janeiro.

Missão simulada a Marte completa um ano
Os astronautas fizeram três passeios com roupas espaciais Orlan num grande buraco, construído de forma a que se parecesse com a superfície marciana.
[Imagem: ESA/IPMB]

Pousaram com um módulo de aterragem (na realidade, outro módulo ligado ao seu módulo de habitação) que tinha ficado à espera com mantimentos, em órbita de Marte.

Depois de descarregar a carga, Diego instalou-se no módulo com Wang Yue e Alexandr Smoleevskiy, e "aterrou" em Marte.

Fizeram três passeios com roupas espaciais Orlan num grande buraco, construído de forma a que se parecesse com a superfície marciana.

Durante estes passeios marcianos, recolheram amostras, montaram experiências e conduziram um jipe, tal como os verdadeiros astronautas farão um dia em Marte.

Depois de conquistar o Planeta Vermelho, o trio voou de volta à nave interplanetária e a tripulação reuniu-se para dar início à longa viagem de volta, em 2 de Março.

Eles chegarão à Terra em 5 de Novembro, quando as portas da unidade de isolamento se abrirão. A missão irá continuar ainda por umas semanas, com os exames médicos e o compartilhamento de informações.

Convivência

O maior problema para a exploração espacial futura não é necessariamente a tecnologia, mas as pessoas e as interações entre a tripulação. Este é o foco principal da experiência Mars500.

"A nossa tripulação tem cumprido as dezenas de experiências que temos de fazer constantemente, independentemente de atravessarmos períodos mais fáceis ou mais difíceis, produzindo dados de qualidade que ajudam os melhores cientistas a avaliar aquilo por que os viajantes espaciais do futuro irão passar," escreve Diego.

"Ainda temos 5 meses pela frente e muitas oportunidades de fazer desta viagem a Marte um acontecimento ainda mais especial," acrescenta Romain.

"Temos uma excelente tripulação e apesar de termos passados significativamente diferentes, nunca vivemos qualquer conflito entre nós. É por isso que sou muito otimista relativamente aos nossos últimos dias nos módulos da Mars500. Vemo-nos a 5 de Novembro quando aterrarmos na Terra, depois da nossa viagem de 520 dias ao Planeta Vermelho, e não antes disso!"

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