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Novo recorde de transmissão de dados pela internet entre hemisférios

Com informações da Agência Fapesp - 26/01/2017


Recorde Norte-Sul

Um grupo de pesquisadores e engenheiros brasileiros e norte-americanos bateram o recorde de velocidade na transferência de dados entre hemisférios.

Em um primeiro experimento, eles transferiram dados de São Paulo para Miami, por um período de 17 horas, a uma taxa de 85 Gigabits por segundo (Gbps) - uma capacidade de transmissão 8,5 mil vezes maior do que a da banda larga de internet de uso doméstico no Brasil, que vai até 10 megabits por segundo (Mbps).

Pouco tempo depois, em um novo experimento realizado no sentido contrário, eles transferiram dados durante uma hora a partir de Miami para o Brasil a uma taxa média de 96,56 Gbps, com pico de 97,56 Gbps e sempre acima de 95,86 Gbps - equivalente a quase 10 mil vezes a capacidade de transmissão da banda larga de internet de uso doméstico no Brasil.

O novo recorde foi estabelecido por uma equipe do Sprace (São Paulo Research and Analysis Center) e do Núcleo de Computação Científica (NCC) da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em colaboração com a Rede ANSP (Rede Acadêmica de São Paulo), AmPATH (Americas Pathways) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

Anel oceânico

Os dois canais de dados que interligam São Paulo a Miami, no ponto de troca de tráfego chamado de NAP das Américas - onde é feita a conexão tanto com as redes acadêmicas internacionais como com a internet comercial internacional - por meio de cabos de fibra óptica submarinos instalados nos oceanos Atlântico e Pacífico, formando um anel em torno da América do Sul.

Os dois canais funcionam como um sistema redundante: se o tráfego do canal que segue pelo Atlântico cair, por exemplo, os dados podem seguir pelo canal que passa pelo Pacífico.

O canal que segue pelo Atlântico começou a funcionar experimentalmente no início de 2016 e é operado pela Rede ANSP, que interliga as universidades e instituições de pesquisa do Estado de São Paulo às redes acadêmicas dos Estados Unidos e de outros países.

Já o canal que segue pelo Pacífico, inaugurado em caráter experimental em junho de 2016, é operado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e proverá o acesso de universidades e instituições de pesquisa fora do Estado de São Paulo às redes acadêmicas do exterior.

Esse canal, contudo, ainda não está em operação porque apresentou uma taxa de erro de transmissão de dados entre São Paulo e Santiago, no Chile, da ordem de 1%. De acordo com ele, a previsão é de que ele esteja em pleno funcionamento ainda no primeiro trimestre de 2017.

Aprimoramento constante

O estabelecimento desses recordes sucessivos de transmissão de dados entre hemisférios foi possível em razão do aprimoramento constante da infraestrutura de rede do Sprace, disse Rogério Iope, gerente executivo do NCC da Unesp, que coordenou as demonstrações. É a terceira vez que este recorde é batido.

O centro de análise computacional integra o Worldwide LHC Computing Grid (WLCG) - uma infraestrutura de computação distribuída (grid) entre mais de 200 instituições de pesquisa em todo o mundo, que funciona como uma única máquina, tendo que processar e armazenar os dados produzidos por experimentos realizado no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês).

Quando é gerado um conjunto definido de dados que serve de base para uma análise de um determinado aspecto de um experimento realizado no LHC, o sistema identifica as máquinas que naquele momento estão ociosas nesses centros computacionais para receber esses conjuntos de dados e processá-los.

Para tanto, a infraestrutura de rede desses centros computacionais é classificada hierarquicamente como Tiers, sendo que o Tier 0 é o Cern, os Tiers 1 os grandes centros de pesquisa nacionais, como o Fermilab e o Brookhaven National Laboratory, nos Estados Unidos, e os Tiers 2 as instituições de pesquisa, como a Unesp. Esses centros precisam ter largura de banda suficiente para receber esses conjuntos de dados, processá-los e permitir que pesquisadores localizados em diferentes lugares no mundo possam analisá-los o mais rápido possível, explicou Iope.

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