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Placas tectônicas podem se quebrar sem vulcanismo intenso

Agência Fapesp - 18/06/2010

Placas tectônicas podem se quebrar sem vulcanismo intenso
Rompimento nas placas tectônicas na crosta terrestre nem sempre resulta em grandes erupções vulcânicas, concluem cientistas.
[Imagem: Armitage et al./Nature]

Quando placas na crosta terrestre se rompem, isso nem sempre implica a ocorrência de grandes erupções vulcânicas.

Pesquisadores agora conseguiram explicar por que algumas partes do mundo experimentaram erupções de grande porte, enquanto outras não.

Movimento das placas tectônicas

A crosta terrestre é dividida em placas que estão em constante movimento - em períodos de tempo de milhões de anos. As placas ocasionalmente colidem umas com as outras ou se fundem. Também podem quebrar-se, formando novas.

Quando uma placa tectônica se quebra, uma coluna de rocha derretida pode ser ejetada do interior terrestre, causando uma forte atividade vulcânica na superfície.

Quando a crosta se abriu, promovendo a deriva continental que deu origem às atuais América do Norte e Europa, há cerca de 54 milhões de anos, o processo provocou uma atividade vulcânica intensa no espaço aberto.

Os cientistas estimavam que tal atividade ocorresse apenas nos espaços formados quando os continentes se separam, mas o novo estudo indica que houve pouca atividade vulcânica quando o atual subcontinente indiano se separou do que hoje se conhece por Seicheles, há 63 milhões de anos.

Temperatura do manto

De acordo com pesquisas anteriores, a temperatura do manto abaixo da placa seria a chave para determinar o nível de atividade vulcânica no caso de rompimento. Mas o novo estudo demonstrou que a história anterior da fenda também influencia fortemente se haverá ou não atividade vulcânica.

No caso do rompimento que separou a América do Norte da Europa, uma atividade de grande dimensão ocorreu pela extensão da fenda porque um evento geológico anterior havia deixado a placa mais fina, destaca o novo estudo.

Isso teria fornecido um ponto focal no qual o manto sob a placa se derreteu rapidamente, formando magma que foi ejetado facilmente pela placa fina até a superfície, em grandes explosões.

Em comparação, quando a Índia se separou das Seicheles, pouca atividade vulcânica se fez presente porque a região havia experimentado um forte vulcanismo em uma área próxima, seis milhões de anos antes.

Isso teria esfriado o manto e reduzido o suprimento de magma, deixando muito pouco para quando ocorreu a quebra da placa.

Profundezas dos oceanos

Os pesquisadores realizaram análises nas profundezas do Oceano Índico de modo a determinar o tipo de rochas abaixo do solo oceânico. Descobriram apenas pequenas quantidades de rochas basálticas, que indicam atividade vulcânica anterior.

O grupo também usou novos modelos computacionais, que eles mesmo desenvolveram, para simular o que teria ocorrido no solo oceânico no processo que levou à separação da Índia e das Seicheles.

"Extinção em massa, a formação de novos continentes e mudanças climáticas globais são alguns dos efeitos que podem ocorrer quando as placas se quebram e causam grandes erupções. Nosso estudo ajudará a enxergar com mais clareza os fatores por trás dos eventos que contribuíram para moldar a Terra durante milhões de anos", disse Jenny Collier, do Departamento de Ciência da Terra e Engenharia no Imperial College London, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores pretendem explorar as profundezas do Atlântico, de modo a determinar a antiga atividade vulcânica na região que se abriu quando a África se separou da América do Sul.

Bibliografia:

Artigo: The importance of rift history for volcanic margin formation (doi:),
Autores: John J. Armitage, Jenny S. Collier, Tim A. Minshull
Revista: Nature
Data: 17 June 2010
Vol.: 465, 913-917
DOI: 10.1038/nature09063
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