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Espaço

Primeiro cometa sem cauda é resquício arqueológico espacial

Com informações do ESO - 13/05/2016

Primeiro cometa sem cauda é resquício arqueológico espacial
Uma vez que este objeto passou a maior parte da sua vida longe do Sistema Solar interior, ele sofreu poucas colisões e por isso a sua superfície apresenta poucas ou nenhuma cratera. Esta é uma oncepção artística do objeto C/2014 S3.
[Imagem: ESO/M. Kornmesser]

Arqueologia espacial

Astrônomos descobriram um corpo celeste inédito que parece ser formado da matéria que deu origem ao Sistema Solar interior, da mesma época da formação da Terra, e que teria ficado "preservado" na Nuvem de Oort há bilhões de anos.

Observações obtidas com o Telescópios VLT, no Chile, e Telescópio Canadá-França-Havaí, mostram que o objeto C/2014 S3 é o primeiro a ser descoberto em uma órbita cometária de longo período, com as características intactas de um asteroide do Sistema Solar interior.

Seu estudo pode dar pistas importantes sobre a formação do Sistema Solar.

Cometa rochoso

Karen Meech e seus colegas do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí acreditam que o objeto formou-se no Sistema Solar interior na mesma época que a própria Terra, mas que foi ejetado numa fase muito inicial.

"Conhecemos a existência de muitos asteroides, no entanto todos eles já foram 'cozidos' pelos bilhões de anos que passaram perto do Sol. Este é o primeiro asteroide 'cru' que observamos, tendo sido preservado no melhor congelador que existe," disse ela.

"Descobrimos o primeiro cometa rochoso e estamos à procura de outros. Dependendo de quantos encontrarmos, saberemos se os planetas gigantes 'dançaram' ao longo do Sistema Solar quando eram jovens, ou se cresceram pacatamente sem grandes deslocamentos," disse Olivier Hainaut, coautor do trabalho.

Cometa sem cauda

As observações indicam que se trata de um corpo rochoso antigo, e não de um asteroide contemporâneo que se afastou. Se for realmente assim, trata-se de um dos potenciais blocos constituintes dos planetas rochosos interiores, que teria sido expelido para fora do Sistema Solar interno e preservado no frio da Nuvem de Oort durante bilhões de anos.

O seu atual período orbital longo - cerca de 860 anos - sugere que ele vem da mesma região que os cometas, e que teria sido empurrado há relativamente pouco tempo para uma órbita que o traz próximo do Sol.

Isso fez com que ele fosse inicialmente identificado como um cometa, mas novas observações logo deixaram claro que ele não tinha cauda. Foi assim que ele ganhou o nome de cometa Manx, em homenagem a uma raça de gatos sem cauda. Só agora os astrônomos acreditam ter chegado a uma descrição definitiva de um bloco básico de formação do Sistema Solar que, por alguma razão desconhecida, foi ejetado para o exterior.

Nuvem de Oort

A Nuvem de Oort é uma região enorme que rodeia o Sol como uma espessa bolha de sabão gigante. Estima-se que contenha trilhões de pequenos corpos gelados. Ocasionalmente, um destes corpos é empurrado para o Sistema Solar interno, onde o calor do Sol o transforma num cometa. Acredita-se que estes corpos gelados tenham sido ejetados a partir da região dos planetas gigantes, quando estes se estavam se formando, no início do Sistema Solar.

Bibliografia:

Artigo: Inner Solar System Material Discovered in the Oort Cloud
Autores: Karen J. Meech, Bin Yang, Jan Kleyna, Olivier R. Hainaut, Svetlana Berdyugina, Jacqueline V. Keane, Marco Micheli, Alessandro Morbidelli, Richard J. Wainscoat
Revista: Science Advances
Vol.: 2, no. 4, e1600038
DOI: 10.1126/sciadv.1600038
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