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Experimento vai teletransportar memória de organismo vivo

Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/01/2016

Primeiro experimento para teletransportar memória de organismo vivo
Esquema do experimento para teletransportar informações quânticas entre duas bactérias.
[Imagem: Science China Press]

Teletransporte de ser vivo

O teletransporte de estados quânticos já é uma realidade, incluindo um "teletransporte espacial" entre uma estação terrena e um satélite artificial.

Mas o teletransporte de pessoas ou organismos vivos ainda parece um sonho distante, já que cálculos indicam que teletransportar uma pessoa exigiria romper com os paradigmas da física - na verdade, ainda há controvérsias de interpretações sobre o que realmente acontece no teletransporte quântico.

Mas isto não impediu que Tongcang Li e Zhang-Qi Yin, da Universidade Purdue, nos EUA, idealizassem uma técnica prática para "teletransportar a memória de um organismo vivo", segundo eles.

Teletransporte de bactéria

O experimento proposto consiste em colocar uma bactéria sobre uma membrana livre - um oscilador eletromecânico - que esteja integrada ao circuito de teletransporte, hoje já miniaturizado para o tamanho de um chip - para teletransportar o estado quântico e o estado de movimento do centro de massa do microrganismo.

"Com um forte gradiente de campo magnético, os estados internos de um microrganismo, tal como o spin do elétron de um radical glicina, podem ser entrelaçados com o movimento de seu centro de massa e serem teletransportados para um microrganismo remoto. Como os estados internos de um organismo contêm informações, a presente proposta prevê um esquema para teletransportar informações ou memórias entre dois organismos remotos," escreveu a dupla.

Primeiro experimento para teletransportar memória de organismo vivo
O teletransporte quântico já é uma das ferramentas mais usadas no campo emergente da Teoria da Informação Quântica.
[Imagem: Hanson Lab/TUDelft]

Embora os dois físicos falem em "teletransporte da memória de um microrganismo", obviamente o esquema não se aplicaria à "memória" no sentido de lembranças, caso o aparato chegasse a funcionar para animais superiores, que tenham cérebros e memórias.

Além do que, para que tudo funcione, bactéria, membrana e circuitos supercondutores precisam ser resfriados até próximo ao zero absoluto, para que o circuito supercondutor de teletransporte funcione.

Física quântica em escala macro

Além do teletransporte, trata-se de uma proposta prática para tentar unificar experimentalmente a física quântica e a física clássica, demonstrando os comportamentos quânticos, um tanto bizarros, em dimensões macroscópicas.

A ideia consiste em usar um oscilador eletromecânico grande, visível a olho nu, para interagir com uma bactéria, acoplado ao circuito supercondutor de teletransporte, também grande e visível, mas no interior do qual o mecanismo de teletransporte envolve apenas estados quânticos de partículas atômicas ou subatômicas.

Segundo a dupla, se o experimento for realizado conforme planejado, ele também demonstrará o estado de superposição, conhecido como "gato de Schrodinger", pela primeira vez com um organismo vivo, já que as duas bactérias estarão no mesmo estado ao mesmo tempo, um estado que só poderá ser conhecido quando ele for medido, fazendo com que as duas bactérias compartilhem o resultado dessa medição.

Bibliografia:

Artigo: Quantum superposition, entanglement, and state teleportation of a microorganism on an electromechanical oscillator
Autores: Tongcang Li, Zhang-Qi Yin
Revista: Science Bulletin
Vol.: 1-9
DOI: 10.1007/s11434-015-0990-x
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