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Robótica

Primeiro robô totalmente mole e autônomo

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/08/2016

Primeiro robô totalmente mole e autônomo
O octobô foi criado com uma mistura de impressão 3D, engenharia mecânica e microfluídica.
[Imagem: Lori Sanders]

Robô flexível

Enquanto os robôs de metal líquido não chegam, que tal um robô mole, totalmente mole, sem qualquer parte rígida?

Dispensando as engrenagens, as baterias e mesmo a eletrônica convencional, o Octobô é o primeiro de uma nova classe de robôs autônomos mais parecidos com coisas vivas.

Em vez de motores, o robô usa reações químicas que geram gases e movem suas pernas pneumaticamente. Por decorrência, em vez de baterias, são usados tanques com produtos químicos. E seu corpo é feito com géis aplicados cuidadosamente para apresentarem diferenciais de densidade.

Uma reação interna transforma uma pequena quantidade de combustível líquido - o peróxido de hidrogênio - em um volume muito maior de gás, que flui até os tentáculos, inflando-os como um balão. Com a diferença na densidade do gel, cada tentáculo se distende de forma precisa, fazendo com que o robô se mova.

"As fontes de combustível para os robôs moles sempre se basearam em algum tipo de componente rígido. O que é legal com o peróxido de hidrogênio é que uma única reação química entre o composto e um catalisador - neste caso a platina - nos permitiu substituir as fontes de energia rígidas," disse Michael Wehner, criador do robô.

Cérebro microfluídico

Primeiro robô totalmente mole e autônomo
Esquema do chip microfluídico que faz as vezes de "cérebro" do robô mole autônomo. Em vez de circuitos elétricos, ele é formado por uma sequência de pequenos canos.
[Imagem: Lori Sanders]

O mais interessante, porém, é o "cérebro" do robô, uma espécie de biochip que usa a tecnologia microfluídica para tomar decisões de quando e qual tentáculo encher, e desta forma coordenar o movimento.

O circuito lógico microfluídico é um análogo de um oscilador eletrônico, controlando quando o peróxido de hidrogênio se decompõe e dirigindo o fluxo de gás para a perna adequada.

A seguir, a equipe planeja fazer um cérebro microfluídico mais complexo, que permita que o octobô nade, suba obstáculos e interaja com o ambiente.

"Esta foi uma prova de conceito. Esperamos que nossa abordagem para a criação de robôs autônomos moles inspire roboticistas, cientistas de materiais e pesquisadores focados em sistemas avançados de manufatura," disse Ryan Truby, membro da equipe.

Bibliografia:

Artigo: An integrated design and fabrication strategy for entirely soft, autonomous robots
Autores: Michael Wehner, Ryan L. Truby, Daniel J. Fitzgerald, Bobak Mosadegh, George M. Whitesides, Jennifer A. Lewis, Robert J. Wood
Revista: Nature
Vol.: 536, 451-455
DOI: 10.1038/nature19100
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