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Robótica

Robô Cientista 3: a automação da ciência ameaça o futuro dos cientistas?

Dana W. Cruikshank/NSF - 08/04/2009

Robô Cientista 3: a automação da ciência ameaça o futuro dos cientistas?

[Imagem: Jonathan Hiller, Cornell University]

A ficção científica sempre discutiu as consequências indesejáveis de repassar para robôs e computadores as tarefas que se mostrassem complicadas ou perigosas demais para serem feitas pelas mãos humanas.

E os cientistas da vida real estão cada vez mais fazendo exatamente isso, criando sistemas automatizados e equipamentos que podem não apenas ajudar a coletar, organizar e analisar dados científicos, mas também que são capazes de levantar de forma inteligente e independente novas hipóteses e enfoques para as pesquisas feitas em cima dos dados que eles recebem.

Admirável mundo novo

Esse admirável mundo novo da pesquisa científica, e suas implicações para a forma como a ciência será feita no futuro, são os temas de um artigo publicado nesta semana por David Waltz (Universidade de Colúmbia) e Bruce G. Buchanan (Universidade de Pittsburgh).

Eles veem todo esse novo quadro como uma tendência promissora, mas alertam que os pesquisadores precisam considerar quais tarefas são mais adequadas para a automação e quais devem continuar sendo assunto de mentes humanas.

Waltz e Buchanan destacam que a automação auxiliada por computador tem sido uma parte da pesquisa científica há décadas, de programas simples que plotam gráficos estatísticos até bases de dados que mantêm e organizam dados científicos. Todos esses sistemas, contudo, exigem um humano no circuito para formatar a pesquisa, examinar os resultados e determinar como aplicar os resultados nos desafios seguintes.

Ciência automatizada

Agora as fronteiras da automação podem dar a impressão de que o cientista humano tornou-se obsoleto. Waltz e Buchanan escrevem que "é possível para um programa de computador ... conduzir um procedimento continuamente repetitivo que começa com uma questão, efetua experimentos para responder àquela questão, avalia os resultados e formula novas questões."

Os autores argumentam que esses novos sistemas estão surgindo exatamente quando mais se precisa deles. Com os sensores e outros instrumentos tornando-se mais inteligentes e complexos, o mundo científico está se inundando de dados, e ter assistentes baseados em computador que possam mergulhar ativamente nesses dados pode ser a única forma de fazê-los adquirir algum sentido.

Questões a serem consideradas

A perspectiva de automação da ciência também traz uma série de questões que precisam ser consideradas à medida que estas tecnologias forem disponibilizadas e adotadas em larga escala, ou seja, como nós determinamos o que automatizar, o que deve ser deixado para o homem, e como esta nova pesquisa automatizada irá afetar os resultados e o processo científico.

É também possível, sugerem os pesquisadores, que essas novas ferramentas gerem ainda mais dados a serem levados em conta, e isso poderá agravar o problema que sua criação tencionava resolver.

Assistentes inteligentes

Indo além, os autores sugerem que o melhor enfoque para o problema é pensar nessas ferramentas como assistentes inteligentes que possam fazer tipos variados de tarefas associadas com as pesquisas científicas. Os cientistas podem então determinar quais assistentes são os mais adequados para diferentes aspectos de sua pesquisa.

Cientistas do futuro

E será que o uso desses assistentes automatizados significa que os estudantes que gostariam de se tornar cientistas deveriam considerar uma outra profissão?

Os autores respondem que não, indicando que, apesar de todas as suas capacidades, os sistemas de ciência automatizada não farão para os pesquisadores o que os robôs industriais fizeram para os trabalhadores da indústria automobilística - mas eles irão mudar a forma como os cientistas fazem seu trabalho.

"Qualquer que seja a especialização - biologia, física, química etc - os cientistas continuarão tendo que adicionar conhecimento e capacidades em inteligência artificial, aprendizado de máquina e representação do conhecimento," diz Walter.

Robôs na ciência

Esta é a última de três reportagens cobrindo o avanço da robótica como instrumento de novas descobertas científicas. Veja também os outros artigos da série:

Bibliografia:

Artigo: Computer Science: Automating Science
Autores: David Waltz, Bruce G. Buchanan
Revista: Science
Data: 3 April 2009
Vol.: 324, Issue 5923: 43-44.
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