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Robótica

Robô espacial roda 6 km sozinho no deserto

Com informações da ESA - 22/06/2012

Robô espacial roda 6 km sozinho no deserto
Sobreposição de fotos feitas em sequência, para mostrar as manobras realizadas pelo robô para desviar dos obstáculos.
[Imagem: ESA]

Buscador

Robôs que andam sozinhos em Marte não são nenhuma novidade.

Mas o fato é que eles não têm autonomia total, tendo cada movimento cuidadosamente monitorado e controlado aqui da Terra.

A agência espacial europeia (ESA) queria ver se já seria possível fazer mais do que isso, e deu seis meses para que seus engenheiros juntassem as melhores tecnologias disponíveis para tentar fazer um robô andar sozinho por um terreno similar ao de Marte.

Vencido o prazo, foram todos para o deserto do Atacama, no Chile, levando o resultado do trabalho, o robô Seeker (buscador).

"O desafio era verificar se um veículo terrestre - programado com software avançado para navegação autônoma e com capacidade de decisão - poderia viajar seis quilômetros em um ambiente tipo Marte e voltar ao local de partida," explicou Gianfranco Visentin da ESA.

Volta robótica

Durante duas semanas, a equipe colocou o robô em ação dentro de uma zona particularmente parecida com Marte, nas imediações do telescópio do ESO.

Como pais ansiosos, eles viam o Seeker afastar-se cada dia mais longe do alcance das suas vistas - o acompanhamento era feito apenas por rádio.

Finalmente chegou o dia do grande teste, quando foi permitido que o Seeker realmente "saísse de casa sozinho": ele foi programado para percorrer um trecho de seis quilômetros, retornando ao ponto de partida.

A equipe fixou a posição inicial em um mapa na memória do computador, com uma precisão de um metro. O Seeker usou sua visão estéreo para mapear os arredores, avaliar quanto tinha andado e planejar a rota, certificando-se de evitar os obstáculos pelo caminho.

Robô espacial roda 6 km sozinho no deserto
A ESA aproveitou para testar também um avião não tripulado autônomo, que ficou monitorando tudo o que acontecia no ponto de teste do robô.
[Imagem: ESA]

"Demorou um dia inteiro porque o Seeker anda no máximo a 0,9 quilômetro por hora", conta Gianfranco.

"Mas foi um dia fora do normal. Os ventos do deserto, que habitualmente aliviam o calor, sumiram. O robô ficou exageradamente quente e teve que ser interrompido perto do meio-dia. Depois, quando o vento finalmente recomeçou já era demasiado tarde para completar o circuito antes do anoitecer.

"Conseguimos 5,1 quilômetros, um pouco curto para a nossa meta de seis quilômetros, mas um excelente resultado, considerando a variedade de terreno atravessado e as mudanças nas condições de iluminação. E, acima de tudo, este foi o primeiro teste do robô todo-terreno da ESA. Mas certamente não será o último," completou.

Perda de orientação

O Seeker nunca irá a Marte, mas seu software poderá controlar o ExoMars, o robô marciano da ESA, que deverá ser lançado em 2018.

O ExoMars será o robô mais avançado em termos de autonomia enviado a Marte, ainda que sua tarefa seja bem mais conservadora, em termos de deslocamento, do que o que Seeker acabou de realizar.

"O ExoMars não irá viajar mais de 150 metros por cada dia marciano e não andará muito mais de três quilômetros ao longo da sua missão," disse Gianfranco.

Mas o grande problema são os deslocamentos entre os pontos de pesquisa. "Com viagens mais longas, o robô perde progressivamente o sentido de orientação. Sem GPS em Marte, o robô apenas consegue determinar a distância que está do ponto de partida, mas erros de estimativa aumentam o risco das incertezas," completou

Em vista dessas dificuldades, e dos custos que representam a tecnologia de navegação, alguns estudiosos estão propondo a adoção de robôs espaciais radiocontrolados:

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