Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Robótica

Robô com esteiras começa a explorar o leito oceânico

Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/09/2009

Robô com esteiras começa a explorar o leito oceânico
A parte eletrônica do robô-submarino fica acondicionada em esferas de titânio (cinza). As bóias alaranjadas ajudam a controlar seu peso para que ele não levante sedimentos, que poderiam atrapalhar as medições científicas.
[Imagem: MBARI]

Esteiras de borracha

Os robôs submarinos já monitoram todos os oceanos da Terra. São submarinos-robôs, capazes de ficar meses no mar, mergulhando, coletando dados e voltando à superfície para transmitir os dados coletados via satélite.

Agora, um novo tipo de veículo robótico está explorando não apenas as profundezas do mar, mas o próprio leito oceânico. Em vez de um submarino, o Benthic Rover (jipe do fundo do mar), que tem o tamanho de um carro compacto, move-se por meio de esteiras macias e flexíveis, feitas de borracha.

Na sua primeira missão, ele percorreu 40 quilômetros do leito do Oceano Pacífico, na Costa da Califórnia. Os dados preliminares estão dando aos cientistas uma visão inteiramente nova de como a vida marinha se organiza no fundo do mar. Os dados são inéditos porque seria virtualmente impossível coletá-los por meio de mergulhos.

Peso controlado

Um conjunto de seis boias de uma espuma sintética resistente à pressão controla o peso efetivo do robô em cada profundidade, minimizando os danos que ele possa fazer sobre os ecossistemas. Ainda com essa preocupação, ele é programado para mover-se muito lentamente.

A cada cinco metros o jipe do fundo do mar para e faz uma série de medições da comunidade de organismos vivendo nos sedimentos do leito oceânico, além de tirar fotografias.

Neve oceânica

As medições estão ajudando os cientistas a descobrirem principalmente a fonte de alimentação dos organismos marinhos de grandes profundidades.

A maior parte da vida marinha de grandes profundidades se alimenta do que é conhecido como "neve oceânica", um fluxo contínuo de partículas orgânicas que mergulha lentamente das partes mais rasas e iluminadas pelo Sol.

Mesmo após décadas de pesquisas, os cientistas ainda não sabem como a quantidade mínima de nutrientes encontrada na neve oceânica pode ser capaz de suportar a grande quantidade de organismos que vivem no leito oceânico.

Esferas de titânio

A parte eletrônica de controle do robô fica enclausurada em câmaras esféricas de titânio, capazes de suportar as gigantescas pressões do fundo do mar. As boias de controle de flutuação fazem com que o robô, que pesa 1.400 quilogramas fora da água, tenha um peso de apenas 45 quilogramas quando em operação.

A esteira do robô foi construída com pedaços de correias transportadoras usadas em indústrias. Para evitar o levantamento de lama e lodo do fundo do mar, que poderia atrapalhar o funcionamento dos instrumentos científicos, o Benthic Rover move-se a apenas 1 metro por minuto. Ele é capaz de detectar a direção das correntes marinhas e mover-se no sentido da corrente mais forte, de forma que os sedimentos em suspensão sejam retirados naturalmente da sua volta.

Explorando a Antártica

Agora que seu funcionamento foi testado, tanto operando autonomamente quanto conectado com a superfície por fibras ópticas, o Benthic Rover está pronto para sua primeira missão de longa duração, durante a qual ele irá percorrer 220 quilômetros a uma profundidade de 4.000 metros.

Futuramente a equipe espera levá-lo para a Antártica para efetuar os primeiros estudos sobre o leito oceânico da região que, acreditam os cientistas, tem características únicas.

Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Robôs
  • Exploração Marítima
  • Veículos
  • Biomecatrônica

Mais tópicos