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Espaço

Sonda prepara-se para encontro com asteroide gigante

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/06/2010

Sonda prepara-se para encontro com asteroide gigante
Rosetta, a sonda espacial caçadora de cometas da Agência Espacial Europeia, está quase no ponto de encontro com o asteroide Lutécia, um grande desconhecido.
[Imagem: ESA, image by C.Carreau]

Encontro espacial

Rosetta, a sonda espacial caçadora de cometas da Agência Espacial Europeia (ESA), está quase no ponto de encontro com o asteroide Lutécia.

Rosetta ainda não sabe qual é o aspecto do asteroide mas, bonito ou não, os dois irão conhecer-se no próximo dia 10 de Julho.

Como acontece na maioria dos primeiros encontros, a sonda Rosetta irá encontrar-se com Lutécia no sábado à noite. E, como igualmente convém aos primeiros encontros, eles ficarão a uma distância respeitosa de 3.200 km.

Primeira foto

A sonda Rosetta tem captado dados do posicionamento do asteroide Lutécia desde o final de Maio, para que os controladores em terra possam determinar quaisquer correções de trajetória que se mostrem necessárias para atingir a distância de passagem desejada.

O encontro, ainda que de passagem, vai permitir captar imagens do asteroide durante cerca de duas horas. A sonda vai começar a enviar os dados imediatamente para a Terra e a primeira imagem deverá ser revelada pela ESA ainda na noite de sábado.

Outras missões espaciais têm fotografado asteroides e cada um deles tem apresentado características únicas. Espera-se que o Lutécia mantenha essa tendência, mostrando suas próprias peculiaridades. A própria Rosetta passou pelo asteroide Steins em 2008.

Durante 36 horas, a sonda Rosetta estará em contato praticamente contínuo com a terra, enviando dados e imagens. As únicas interrupções acontecerão nos momentos em que for preciso trocar de estação de rastreamento da nave, em virtude da rotação da Terra.

É essencial manter um bom contato, já que incertezas na posição e na forma do asteroide podem exigir ajustes de rota de última hora de forma a manter a sonda centrada durante a aproximação.

O mistério do asteroide

Em órbita no Cinturão de Asteroides, entre Marte e Júpiter, o asteroide Lutécia aparece como um mero ponto de luz quando visto pelos telescópios terrestres. Ou seja, ninguém sabe qual é o seu aspecto.

A variação contínua da sua luminosidade torna claro que o Lutécia gira em torno do próprio eixo e tem uma superfície irregular. Estas observações tornam possível aos astrônomos fazer estimativas sobre a sua forma e tamanho - mas nada que permita um consenso.

Inicialmente pensava-se que o Lutécia tinha 95 km de diâmetro e era ligeiramente elíptico. Estimativas mais recentes sugerem 134 km e um formato alongado.

Quaisquer que sejam os dados reais, tudo aponta para um asteroide realmente grande. Os astrônomos acreditam que se trata de um asteroide primitivo, "esquecido" por milhões e milhões de anos, já que nenhum planeta o consumiu durante a formação do Sistema Solar.

Classificação dos asteroides

Além de esclarecer as dúvidas sobre as dimensões do Lutécia, a sonda Rosetta vai estudar a composição do asteroide, isto sim, um mistério total.

A maior parte das medições parece suportar a hipótese de um corpo celeste muito antigo, que classifica o asteroide como um tipo-C, contendo compostos primitivos de carbono.

Sonda prepara-se para encontro com asteroide gigante
O módulo de pouso da sonda Rosetta - a caixa azul junto ao corpo principal - deverá se desprender da nave para pousar no cometa Churyumov-Gerasimenko, em 2014.
[Imagem: ESA - J. Huart]

No entanto, algumas medições sugerem que o Lutécia pertence ao tipo-M, o que poderia significar que há metais em sua superfície. "Se o Lutécia for um asteroide metálico, então estamos perante um verdadeiro vencedor," diz Rita Schulz, diretora de projeto Rosetta.

E isto porque, apesar de existirem de fato asteroides metálicos, acredita-se que eles sejam fragmentos do núcleo metálico de asteroides maiores que se desfizeram em pedaços.

Se o Lutécia é mesmo feito de metal, ou contém grandes quantidades de metal, a classificação tradicional de asteroides terá de ser repensada, diz Schulz: "Os asteroides de classe C não deveriam ter metal na superfície."

A ciência dos asteroides terá muito a ganhar ao esclarecer todas essas dúvidas. Isto porque a observação servirá para aferir os métodos utilizados pelos observatórios da Terra, que poderão ser utilizados com maior confiabilidade para a observação de outros asteroides.

Pouso em um cometa

O destino final da sonda Rosetta é o cometa Churyumov-Gerasimenko, que deverá ser alcançado em 2014.

A sonda consiste de uma caixa de três toneladas e três metros de altura, com painéis solares medindo 14 metros. Na caixa estão um módulo orbitador e outro de pouso.

O módulo de pouso deverá se desprender do corpo principal da nave quando ela se aproximar do cometa Churyumov-Gerasimenko. Ele mede um metro de comprimento por 80 centímetros de altura.

A sonda leva 21 experimentos no total, sendo 10 no módulo de pouso e 11 no módulo orbital.

Para atingir o cometa Churyumov-Gerasimenko, a sonda Rosetta deverá se distanciar do Sol à mesma distância que Júpiter, o que não seria possível de se fazer diretamente. Nessa rota, ela ganhou velocidade utilizando a gravidade de quatro "rasantes" em planetas: um sobre Marte, em 2007, e três sobre a própria Terra, em 2005, 2007 e 2009.

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