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Espaço

Conheça os prováveis sucessores dos ônibus espaciais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/10/2011


Futuro incerto

Os ônibus espaciais ficaram na história, mas as discussões continuam entre os políticos norte-americanos, com o orgulho ferido por terem "perdido o acesso ao espaço".

Sem uma nave própria para enviar astronautas ao espaço, e com um orçamento que é menos de 40% do que era há uma década, a NASA está apostando no setor privado.

E, na falta de uma, a agência espacial norte-americana agora se vê às voltas com nada menos do que cinco projetos de naves espaciais.

Se tamanha dispersão é uma distribuição de riscos ou se revela uma total falta de foco, somente o tempo dirá.

Aqui estão apenas os desenvolvimentos em estado mais adiantado, já que os incentivos diretos e as sinalizações recentes da NASA sobre uma "privatização do espaço" estão entusiasmando cada vez mais a iniciativa privada a criar novos veículos espaciais.

Conheça os prováveis sucessores dos ônibus espaciais
A pressão feita sobre a NASA com o fim do programa dos ônibus espaciais levou a uma antecipação da primeira missão privada à Estação Espacial Internacional.
[Imagem: SpaceX]

SpaceX - Dragon

A SpaceX é a líder na corrida por uma nova nave norte-americana.

Sua cápsula Dragon fez o primeiro voo de teste, com sucesso, há cerca de um ano.

Agora, já há um voo até a Estação Espacial Internacional agendado para o fim de 2011 ou início de 2012, incluindo uma atracação - para simplificar e baratear o projeto, a nave não tem um sistema de atracação automático, devendo ser capturada pelo braço robótico da Estação.

A empresa já tem 12 missões programadas para a Estação para levar cargas.

No caso de levar astronautas, a SpaceX estima poder levar até sete em cada viagem, com cada passagem custando cerca de US$20 milhões.

A Dragon é uma nave reutilizável, descendo de pára-quedas no Oceano. Mas a empresa já acena com um sistema de desaceleração que a traga de volta suavemente para um pouso no solo.

Outra novidade é que o escudo térmico da Dragon é capaz de suportar o calor gerado pela reentrada da sonda em alta velocidade, como as que ocorreriam em missões além da órbita baixa da Terra, incluindo a Lua.

A SpaceX também está desenvolvendo o Falcon Heavy, que deverá ser o foguete mais potente do mundo.

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Um dos objetivos da Boeing é levar turistas ao espaço a partir de 2015.
[Imagem: Boeing]

Boeing - CST-100

O CST-100 está sendo desenvolvido de forma a ser o mais flexível possível quanto aos seus objetivos.

E o objetivo primário, como não poderia deixar de ser, é o de levar suprimentos e astronautas para a Estação Espacial Internacional.

Mas, nesse quesito, a Boeing está atrás da SpaceX, que já possui testes reais agendados.

Talvez por isso haja objetivos secundários, como pequenos passeios com turistas espaciais ou para levá-los até um hotel espacial projetado pela empresa Bigelow.

CST é a sigla de Crew Space Transportation (transporte de tripulantes ao espaço), enquanto o número 100 refere-se à altitude atingida pela nave (ao redor de 100 km), considerado um voo de órbita baixa.

Como os voos de órbita baixa exigem menos equipamentos e um menor suporte de vida, a nave é bem mais leve, podendo acomodar um número maior de astronautas, sete no total. A nave é projetada para ser reutilizada até 10 vezes.

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O Dream Chaser é uma recriação do HL-20, um protótipo da NASA construído por engenharia reversa de fotos obtidos por espionagem da antiga União Soviética.
[Imagem: NASA]

Sierra Nevada Corp. - Dream Chaser

Embora lembre um pouco o ônibus espacial, o Dream Chaser é na verdade uma cópia de um projeto da extinta União Soviética.

Com apenas 10 metros de comprimento, este é o único concorrente projetado para pousar em um aeroporto, e lembra um pouco uma versão tripulada do micro-ônibus espacial não-tripulado, que o governo norte-americano está usando para espionagem - veja o projeto do X-37 abaixo.

A recepção ao anúncio recente desta nave não foi calorosa, causando estragos ao já combalido programa espacial do governo Barack Obama, principalmente depois que os próprios engenheiros reconheceram que aquela que se propõe a ser uma futura nave da NASA é fruto de engenharia reversa de um projeto soviético de mais de 40 anos.

A nave está em fase muito inicial, sem um cronograma de curto prazo para lançamento, embora a Sierra Nevada tenha anunciado um possível protótipo para 2015.

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A cápsula MPCV já está em construção, em um contrato com a empresa Lockheed Martin.
[Imagem: Lockheed Martin]

NASA/Lockheed Martin - MPCV

Este é o projeto que mais aproxima do que se poderia chamar de uma "nave da NASA", embora todo o trabalho esteja sendo feito pelo parceiro privado.

Anunciada como sendo uma espaçonave para o espaço profundo, o Veículo Tripulado de Múltiplos Propósitos (MPCV: Multi-Purpose Crew Vehicle) está sendo projetado para missões "mais longas", de até 21 dias.

A MPCV é o que restou do Projeto Constelação, que deveria substituir os ônibus espaciais, mas foi cancelado antes de decolar - a cápsula chamava-se Órion naquele projeto.

O espaço útil da nave é de 20 metros cúbicos, dos quais 9 metros cúbicos de "espaço habitável", suficiente para levar quatro astronautas.

Espera-se que esta nave possa ser utilizada para uma missão tripulada até um asteroide ou, eventualmente, até a Lua.

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A grande novidade do veículo Goddard é o pouso vertical em terra.
[Imagem: Blue Origin]

Blue Origin - Goddard

Este é o projeto mais secreto dos cinco sendo bancados pela NASA.

A Blue Origin é a empresa aeroespacial do fundador do site Amazon.com, Jeff Bezos.

A grande novidade do veículo Goddard é o pouso vertical em terra, uma tendência seguida por outras empresas, sobretudo em busca de diminuição nos custos operacionais.

Os primeiros testes, em um programa chamado New Shepard, foram feitos em 2006. Mas pouco se sabe deles e do progresso feito pela empresa desde então.

A nave tripulada está sendo projetada para ser lançada inicialmente por um foguete Atlas V, embora a Blue Origin tenha anunciado o desenvolvimento de um foguete próprio reutilizável.

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Com 8,9 metros de comprimento, 4,5 metros de envergadura e 2,9 metros de altura, o X37-B tem cerca de um quarto do tamanho de um ônibus espacial.
[Imagem: US Air Force]

Boeing - X-37B

A Boeing já fabricou e lançou ao espaço duas unidades do chamado "avião hipersônico X-37B", essencialmente um mini-ônibus espacial não-tripulado.

Não-tripulado por enquanto.

A empresa admitiu que há duas versões desta nave de 9 metros de comprimento sendo estudadas. A primeira é como um cargueiro para levar materiais para a Estação Espacial Internacional.

Para isso, seu enorme tanque, projetado para longas missões - ele já ficou até sete meses no espaço - deverá ceder lugar a um porta-malas maior.

Em seguida, planeja-se uma versão estendida, que seria chamada X-37C, chegando a 14,3 metros de comprimento, um pouco menos da metade de um ônibus espacial, mas grande o suficiente para levar seis astronautas.

Se esses planos chegarem a ser postos em prática, então os Estados Unidos terão trocados os ônibus espaciais por... micro-ônibus espaciais.

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