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Telescópio James Webb chega ao seu destino, o ponto de Lagrange L2

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/01/2022

Telescópio James Webb chega ao seu destino, onde ficará em órbita
Do ponto de vista prático - de naves no espaço - os pontos de Lagrange englobam áreas onde a interação gravitacional de dois corpos alcança um equilíbrio relativo.
[Imagem: Wikimedia/NASA/Xander89]

Ponto de Lagrange L2

O telescópio espacial James Webb chegou ao seu destino final, o ponto de Lagrange Sol-Terra 2 (L2), a 1,488 milhão de quilômetros da Terra.

Os pontos de Lagrange são lugares em que as forças de atração gravitacional exercidas por duas massas - neste caso, o Sol e a Terra - cancelam a aceleração centrípeta. Isto cria uma zona mais estável, ideal, portanto, para a colocação de satélites e estações espaciais porque será necessário usar menos combustível para manter uma nave espacial no ponto desejado.

Assim, não é correto dizer que o telescópio ficará "estacionado" ou "parado", como se tem noticiado; ele se manterá circunavegando o ponto L2 em uma órbita estendida, equivalente à órbita da Lua em torno da Terra - ele completará cerca de duas órbitas por ano.

De fato, a chegada tão comemorada agora se deu quando o centro de controle enviou um comando para que o Webb acionasse seu motor de forma a acrescentar 1,6 metro por segundo à sua velocidade. Esse motor será acionado rotineiramente durante a vida útil do telescópio, sempre que os instrumentos indicarem uma alteração de sua posição.

Além disso, considerando um sistema de dois corpos, como o Sol e a Terra, existem cinco pontos de Lagrange, sendo que o L1, L2 e L3 são considerados instáveis, sempre exigindo pequenas correções. Eles são encontrados traçando-se uma linha conectando os centros de gravidade do Sol e da Terra, sendo que o L2, onde o Webb está, fica "atrás" da Terra em relação ao Sol, portanto, mais protegido. Já os pontos L4 e L5 são considerados estáveis, mas não contam com essa proteção do planeta contra a radiação solar.

Estima-se que o telescópio James Webb tenha combustível em seus tanques para mantê-lo no L2 durante 20 anos - o combustível precisará ser usado também para neutralizar os efeitos da pressão da radiação solar sobre seu enorme escudo de proteção.

Telescópio James Webb chega ao seu destino, onde ficará em órbita
Não é correto dizer que o telescópio ficará "parado" no L2.
[Imagem: NASA]

Alívio

A grande comemoração que a NASA promoveu agora não se deve unicamente à chegada do Webb ao L2: Talvez ainda mais importante é o fato de que ele chegou lá depois de ter completado todas as centenas de etapas de seu desdobramento, desde que ele saiu do foguete que o lançou.

Foram 50 etapas de desdobramento ou abertura de peças, o que exigiu o funcionamento preciso de 178 mecanismos de acionamento. Só a estrutura do protetor solar do telescópio tinha 140 mecanismos de liberação, 70 dobradiças, 400 polias, 90 cabos e oito motores de acionamento. E tudo funcionou corretamente.

Agora começarão duas etapas igualmente cruciais: O resfriamento do telescópio, que deverá operar a cerca de -228 ºC, e o delicado processo de alinhamento dos 18 espelhos, que precisam ser ajustados uns em relação aos outros com uma precisão de algumas dezenas de nanômetros, o que é mais ou menos o diâmetro de um vírus - cada "passo" de ajuste move cada um dos espelhos em 10 nanômetros.

Esse processo de ajuste levará meses, marcando o que a NASA chama de "deixar o Webb abrir os olhos".

Embora esteja sendo considerado o sucessor do telescópio espacial Hubble, lançado em 1990, o James Webb é bastante diferente, observando o Universo em infravermelho (calor), e não em luz visível, como o Hubble.

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