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Você já viu um vírus?

Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/03/2008

Você já viu um vírus?
Imagem do bacteriófago Epsilon15, visto a uma resolução de 4,5 ângstroms, a mais alta já alcançada para um organismo desse tipo.
[Imagem: Wen Jiang et al.]

Existem muitas representações artísticas de vírus. Fotografar diretamente essas minúsculas estruturas é uma outra história. Agora, utilizando uma nova técnica de microscopia, os cientistas conseguiram visualizar um vírus diretamente no maior nível de detalhamento já alcançado.

Criomicroscopia

A equipe do Dr. Wen Jiang, da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, desenvolveu a nova técnica, chamada criomicroscopia de elétron único. O novo microscópio eletrônico permite que se capture uma imagem tridimensional de um vírus com uma resolução de 4,5 ângstroms - 1 ângstrom é igual a um décimo de nanômetro.

"Este é um dos primeiros projetos a refinar a técnica ao ponto de se aproximar da resolução de nível atômico," diz Jiang. "Isto quebra um limite e nos permite ver um nível completamente novo de detalhamento da estrutura. Esta é a mais alta resolução já alcançada para um organismo vivo desse tamanho."

Fotografando um vírus

Visualizar diretamente um vírus com alto nível de detalhamento não é uma questão de mera curiosidade. Ao compreender como as diversas partículas do vírus se estruturam e como elas se ligam às células hospedeiras, os cientistas podem definir rotas de pesquisas para o projeto de medicamentos mais eficientes.

Máquina viva

Um vírus é basicamente uma pequena "máquina" feita de proteínas. O novo microscópio eletrônico está permitindo que os cientistas visualizem a cadeia de peptídeos - a espinha dorsal das proteínas.

"Agora nós podemos ver as pequenas engrenagens e alavancas que permitem que a proteína se mova e interaja à medida em que ela executa seus intricados papéis biológicos," explica o Dr. Jiang, fazendo a analogia entre o vírus e uma máquina.

Ambiente realista

Uma grande vantagem da nova técnica é que ela permite a visualização das estruturas vivas em um ambiente realista, muito parecido com aquele no qual elas vivem e se desenvolvem.

As técnicas de cristalografia por raios-X, disponíveis até agora, exigem uma manipulação que muitas vezes impede que se tirem conclusões sobre os seus reais mecanismos de interação com o seu ambiente.

Bibliografia:

Artigo: Backbone Structure of the Infectious Epsilon15 Virus Capsid Revealed by Electron Cryomicroscopy
Autores: Wen Jiang, Matthew L. Baker, Joanita Jakana, Peter R. Weigele, Jonathan King, Wah Chiu
Revista: Nature
Data: 2008 Feb
Vol.: 451, 1130-1134
DOI: 10.1038/nature06665
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