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Energia

Experimento faz luz viajar acima da velocidade da luz

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/08/2005

Experimento faz luz viajar acima da velocidade da luz
Os cientistas conseguiram diminuir e aumentar a velocidade de um feixe luminoso, em um experimento que poderá abrir caminho para a construção de computadores que funcionem à velocidade da luz.
[Imagem: Luc Thevenaz]

Acelerador óptico

Uma equipe de pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne, Suíça, demonstrou que é possível controlar a velocidade da luz em uma fibra óptica - tanto diminuindo-a, quanto acelerando-a, utilizando instrumentos comuns de laboratório, em condições ambientais normais.

Na demonstração do experimento, a tela do computador mostra uma pequena onda, que se move levemente para a frente e para trás. Mas esse comportamento aparentemente simples pode ter conseqüências tecnológicas sem precedentes.

Os cientistas não apenas diminuíram a velocidade da luz por um fator de três; eles também conseguiram acelerá-la significativamente, fazendo com que a luz viajasse a uma velocidade maior do que a velocidade da luz.

Qual é a velocidade da luz?

A velocidade da luz - a letra c na famosa fórmula E=mc2 - é estabelecida em exatos 299.792.458 metros por segundo e representa um dos pilares da física moderna.

Esta não é a primeira vez que cientistas conseguem alterar a velocidade de um feixe de luz. Mesmo a luz que passa através de uma vidraça ou da água sofre um pequeno decréscimo em sua velocidade, à medida que viaja nesse meio.

Em 2003, um grupo da Universidade de Rochester, Estados Unidos, conseguiu diminuir a velocidade da luz em um sólido, a temperatura ambiente. Mas ainda há muito ceticismo mesmo entre os físicos.

Agora, com a publicação desse novo método, os pesquisadores Luc Thévenaz, Miguel Gonzaléz Herraez e Kwang-Yong Song trouxeram novamente o assunto à baila, com a grande vantagem de terem utilizado equipamentos simples, disponíveis na maioria dos laboratórios. Isso deverá facilitar a reprodução do experimento e melhores discussões entre os cientistas.

"[Nosso experimento] tem a enorme vantagem de ser um procedimento simples, barato e que funciona em qualquer comprimento de onda, principalmente nos comprimentos de onda usados em telecomunicações," explica Thévenaz.

Se confirmado o experimento, que ainda deverá ser realizados por outros cientistas, serão abertas novas fronteiras na pesquisa científica e tecnológica.

Controlando a velocidade da luz

É fácil de entender a importância tecnológica desse experimento: a cada segundo, terabytes de informações circulam pelos circuitos de fibras ópticas instalados no mundo todo, a uma velocidade de quase 300.000 quilômetros por segundo.

Mas a informação não pode ser processada a essa velocidade, porque não há tecnologia disponível que possa armazenar, redirecionar ou processar os sinais de luz diretamente.

Por isto, é necessário que, na extremidade de cada fibra óptica, os fótons sejam convertidos em sinais elétricos, estes sim, processáveis pelas CPUs dos inúmeros equipamentos envolvidos nas telecomunicações.

Se a luz puder ter sua velocidade controlada, será possível roteá-la e processar os dados ópticos sem a necessidade da conversão elétrica. Ou seja, os processadores poderão funcionar à velocidade da luz.

Memória óptica

Foi exatamente isto que os cientistas fizeram em seu experimento.

Utilizando seu método SBS (Stimulated Brillouin Scattering), eles frearam a luz por um fator de 3,6, criando uma espécie de "memória óptica".

Eles também foram capazes de criar condições extremas, nas quais a luz viajou mais rápido do que os arredondados 300 mil quilômetros por segundo.

Embora esta aceleração da velocidade da luz pareça contrariar todos os ensinamento básicos da física, ela não destrona Einstein: a própria relatividade não entra em questão, já que apenas uma porção do sinal é afetada.

Bibliografia:

Artigo: Slow, superluminal and negative group velocity in optical fibres using stimulated Brillouin scattering.
Autores: Thevenaz, L., Kwang-Yong, S., Herraez, M.G
Revista: Applied Physics Letters
Data: 2005
Vol.: To be published
DOI: 10.1049/cp:20050822
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