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Boeing e Airbus alertam sobre riscos da tecnologia 5G para os aviões

Com informações da BBC - 23/12/2021

Boeing e Airbus alertam sobre riscos da tecnologia 5G para os aviões
As preocupações com o 5G estão contrapondo dois setores gigantescos de tecnologia: A indústria eletrônica de equipamentos de telecomunicações e a indústria aeronáutica.
[Imagem: FlyZero/ATI]

Adiamento do 5G

As duas maiores fabricantes de aviões do mundo lançaram um pedido conjunto ao governo dos Estados Unidos para que seja adiado o lançamento dos novos serviços de telefonia 5G.

As empresas de telecomunicações norte-americanas AT&T e Verizon devem implantar os serviços 5G em 5 de janeiro.

Na carta, os presidentes da Boeing e da Airbus (Dave Calhoun e Jeffrey Knittel) alertaram que a tecnologia 5G pode ter "um enorme impacto negativo na indústria da aviação".

Já haviam sido levantadas anteriormente preocupações de que o uso da Banda C para a nova tecnologia móvel sem fio poderia interferir nos componentes eletrônicos das aeronaves.

"A interferência 5G pode afetar adversamente a capacidade da aeronave de operar com segurança," escreveram Calhoun e Knittel na carta conjunta, endereçada ao secretário de Transportes dos EUA, Pete Buttigieg.

Interferência do 5G em aviões

A indústria da aviação e a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) levantaram preocupações sobre a potencial interferência do 5G em equipamentos de aeronaves sensíveis, como altímetros (medidores de altitude). Esse tipo de aparelho, considerado "o melhor amigo dos pilotos", é essencial para medir a pressão atmosférica. Quanto mais alto está o avião, mais rarefeita é a atmosfera e, portanto, menor a pressão do ar. Uma leitura errada poderia, potencialmente, até mesmo derrubar a aeronave.

"A Airbus e a Boeing têm trabalhado com outras partes interessadas da indústria da aviação nos Estados Unidos para entender a potencial interferência 5G com os altímetros de rádio," diz um comunicado da Airbus. "Uma proposta de segurança da aviação para mitigar riscos potenciais foi submetida à consideração do Departamento de Transporte dos Estados Unidos."

A carta cita também uma pesquisa do grupo comercial Airlines for America, que concluiu que, se as regras 5G da FAA estivessem em vigor em 2019, cerca de 345 mil voos de passageiros e 5,4 mil voos de carga teriam enfrentado atrasos, desvios ou cancelamentos.

Discussões improdutivas

Os alertas já enviados às autoridades já haviam surtido um efeito inicial: Em novembro, a AT&T e a Verizon atrasaram o lançamento comercial do serviço sem fio de banda C em um mês, passando-o de 5 de dezembro de 2021 para até 5 de janeiro de 2022, e adotaram medidas de precaução para limitar as interferências.

Neste mês, a FAA emitiu diretrizes de aeronavegabilidade alertando que a interferência do 5G poderia resultar em desvios de voo, dizendo que forneceria mais informações antes da data de lançamento de 5 de janeiro.

Grupos da indústria de aviação disseram que as medidas não foram suficientes, com a Boeing e a Airbus alegando que fizeram uma contraproposta que limitaria as transmissões de celulares em aeroportos e outras áreas críticas.

Na semana passada, o presidente-executivo da United Airlines, Scott Kirby, disse que as diretrizes 5G da FAA impediriam o uso de medidores de altitude por rádio em cerca de 40 dos maiores aeroportos dos EUA.

O grupo CTIA, que reúne a indústria de equipamentos de telecomunicações sem fio dos EUA, não apresentou até agora dados técnicos para mitigar as preocupações da indústria aeronáutica.

De fato, a postura da entidade se desviou para uma discussão improdutiva, afirmando que a indústria aeronáutica estaria espalhando medo, e lançando ameaças sobre perdas de lucros: "Um atraso causará danos reais. Um atraso na implantação em um ano subtrairia US$ 50 bilhões (R$ 300 bilhões) em crescimento econômico, em um momento em que nosso país se recupera e se reconstrói da pandemia," disse a executiva-chefe da CTIA, Meredith Attwell Baker.

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