Campo magnético anula gravidade e gera cristais de proteínas de alta qualidade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/05/2008

[Imagem: Paul Poodt]

Cristais de proteínas são vitais para o desenvolvimento de novos medicamentos. Cristais de materiais semicondutores são essenciais para o desenvolvimento da eletrônica e da nanotecnologia. E estes são apenas dois exemplos da importância do crescimento de cristais.

Cultivo de cristais

Mas cultivar cristais de alta qualidade é extremamente caro por uma razão simples: o processo só dá resultados ótimos na ausência de gravidade, mais especificamente, quando ele se dá no espaço, a bordo da Estação Espacial Internacional, por exemplo.

Agora o químico holandês Paulo Poodt desenvolveu uma alternativa extremamente atrativa - o crescimento de cristais sob condições de microgravidade aqui mesmo na superfície da Terra. Para isso, ele fez com que os cristais crescessem de cabeça para baixo, sob a ação de um forte campo magnético.

Anulando a gravidade

A ação contraposta da gravidade e do campo magnético suprime a força exercida pelo fluxo de fluidos que atrapalha o crescimento dos cristais. Esse fluxo fluídico surge pela ação da força da gravidade na solução onde se dá o crescimento do cristal, inibindo o processo. Cristais perfeitos só crescem na ausência desse fluxo.

Esta é a primeira vez que se consegue demonstrar experimentalmente o crescimento de cristais de alta qualidade sob a ação de um ambiente 0G criado por campos magnéticos. Cristais crescidos por meio da nova técnica deverão ser mais baratos e mais fáceis de se conseguir, acelerando as pesquisas de novos medicamentos.

Cristais de proteínas

Para se produzir um medicamento eficiente é necessário saber como funcionam as biomoléculas - as proteínas do nosso corpo, por exemplo. Para descobrir isso é necessário antes conhecer sua estrutura molecular, o que é feito por meio de uma técnica chamada difração de raios X. E a difração só funciona com cristais de proteínas de qualidade excepcionalmente alta.