Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/02/2008
Depois de dois anos de estudos das partículas de um cometa, capturadas de sua cauda pela sonda espacial Stardust, os cientistas descobriram que os cometas podem ser muito mais parecidos com os meteoros do que se imaginava.
Alterando teorias
Em 2006, a equipe que estuda as minúsculas partículas, capturadas em uma espuma de aerogel, anunciaram os resultados da missão exigiriam que se refizesse a teoria sobre a formação do Sistema Solar.
Parece que agora também as teorias sobre os cometas, sua formação, composição e classificação, terão que ser igualmente repensadas. Ao invés de pequenos blocos de gelo, como os cientistas esperavam, a maioria das micropartículas capturadas na cauda do cometa Wild 2 se formou muito próximo ao jovem Sol e foi alterada pelos materiais do sistema solar que apenas nascia.
Mais meteorito do que cometa
As partículas do cometa também não possuem ingredientes que se esperava encontrar na poeira de um cometa. A conclusão é que o cometa Wild 2 é muito mais parecido com um meteorito vindo do cinturão de asteróides do que com um antiquíssimo bloco de matéria praticamente inalterado desde a formação do Sistema Solar, como prediziam as teorias.
"O material é muito menos primitivo e mais alterado do que os materiais que nós temos coletado por meio de capturas de alta altitude em nossa própria estratosfera, a partir de vários cometas," diz o pesquisador Hope Ishii. "Como um todo, as amostras parecem muito mais asteroidais do que cometárias."
Classificação dos cometas
As informações coletadas do Wild 2 não são ainda suficientes para forçar uma reconstrução radical das teorias sobre os cometas devido justamente ao grande de número de evidências obtidas pelos cientistas a partir dessas coletas de material na estratosfera. Mas poderá ajudar a melhorar a classificação dos cometas.
Hoje, um corpo celeste é definido como um cometa quando ele apresenta uma cauda formada por materiais congelados que se vaporizam pela ação do Sol. Sob esse aspecto, o Wild 2 é definitivamente um cometa. Mas pela sua formação ele não deveria ser. "Isto é um lembrete de que nós não podemos fazer distintições do tipo 'preto ou branco' entre asteróides e cometas," diz Ishii. "Há um continuum entre eles."